Um ex-aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi nomeado para uma diretoria da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) do governo Lula (PT). A nomeação ocorreu nesta semana e foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).
O ex-deputado Heitor Freire (União Brasil-CE) vai receber um salário de 13.623,39 e terá como atribução analisar para onde devem ir recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), uma verba destinada a projetos de desenvolvimento da região.
Por meio de nota, ele disse que foi indicado ao cargo pelo ex-deputado Luciano Bivar, presidente do União Brasil. O ministério ao qual a Sudene está vinculada é chefiado pelo ex-governador do Amapá, Waldez Góes (PDT).
Em 2018, Heitor Freire foi eleito deputado federal como aliado de Bolsonaro, mas rompeu com o liberal. Um ano depois, Freire pediu ao governo Bolsonaro que criasse uma "Secretaria de Desesquerdização da Administração Pública". A ideia, segundo ele, era evitar o "aparelhamento gradual do Estado realizado por militantes de esquerda e seus sindicalistas".
Ainda em 2019, Freire defendeu que escolas adotassem livros do escritor Olavo de Carvalho e do ex-coronel Carlos Brilhante Ustra, condenado por tortura na ditadura militar. A medida, segundo ele, ajudaria a "reverter o quadro da educação falida do Brasil".
Em outubro daquele ano, o ex-presidente o acusou de vazar áudios sobre uma disputa pela liderança do PSL na Câmara. A partir desse ponto, passou a ser chamado de "traidor " por colegas bolsonaristas e se afastou.
