Investigadora denuncia desacato de 'amiga pessoal' de delegada em Jequié; PC apura o caso

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Vinícius Ribeiro

Polícia

28 de junho de 2023 às 10h30

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Uma investigadora da Polícia Civil registrou um boletim de ocorrência denunciando um caso de desacato durante o plantão de São João em Jequié, no interior da Bahia. O fato aconteceu no sábado (24), na 9ª Coordenadoria Regional do Interior (Coorpin). O caso tornou-se público nesta terça-feira (27), após denúncia da investigadora Daniela Viana e do Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc). 

Segundo relatado pela IPC, após atender uma guarnição da CIPE Central, que conduzia um suspeito em situação de flagrante delito, ela sofreu desacato de uma mulher que se identificou como presidente da Associação Casa das Mulheres.

No Boletim de Ocorrência, registrado na 1ª Delegacia Territorial da Jequié, consta que “a vítima estava no Posto da Polícia Civil, trabalhando no plantão de São João, quando chegou uma guarnição da Polícia Militar conduzindo um indivíduo, em uma situação de Flagrante delito. Que a pessoa de Elma adentrou ao posto alegando que conhecia o conduzido. Que a Investigadora Daniela pediu para que Elma saísse do Posto, contudo Elma empurrou a Investigadora, colocando o dedo na cara dela, dizendo que ia sair, porque ela queria, não porque a investigadora pediu. Disse ainda que a Investigadora era uma "otária". Neste momento o investigador Cardoso interviu e retirou Elma do ambiente. Todo o fato foi presenciado pelos policiais militares. É o relato”.

Conforme ressalta o Sindpoc, a conduta é tipificada no Código Penal brasileiro como desacato (artigo 331), que prevê detenção de seis meses a dois anos ou multa.

“Fazendo show”

Em vídeo compartilhado no domingo (25), Daniela afirma que solicitou que fosse realizado o registro de desacato, mas, segundo ela, teve o direito negado pelas autoridades policiais responsáveis pelo posto no plantão.  

A IPC relata que a delegada Ana Beatriz (coordenadora do plantão) pediu para a servidora parar de “fazer show” e se retirar da sala, afirmando que “não tomaria qualquer providência naquele momento porque é amiga pessoal de Elma Brito, e disse ainda para a DPC Eliana para não se meter na situação, pois ali era briga de gente importante e que era para a mesma encaminhar a ocorrência para o coordenador regional e isso tudo foi dito em tom de voz alto que permitia que outras pessoas escutassem".

Em nota, o Sindpoc pediu “que seja realizada uma devida apuração sobre os fatos relatados pela investigadora de Polícia Civil".

Corregedoria apura 

Procurada pelo Portal Salvador FM, a assessoria da Polícia Civil emitiu o seguinte posicionamento: "O caso será apurado administrativamente pelo pela Corregedoria da Polícia Civil (Correpol). O Departamento de Polícia do Interior (Depin) e a 9ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Jequié) realizaram as primeiras providências e acompanham o caso".

Casa das Mulheres 

Por meio de comunicado preliminar, a assessoria da Casa das Mulheres salientou que a entidade não tem relação com o ocorrido e "a presidente Elma Britto tem vida própria e estava em uma festa junina quando aconteceu os fatos".  

Em tempo, a assessoria informou que o departamento jurídico foi acionado para atender "este tipo de denunciação caluniosa". Um novo posicionamento deve ser enviado.

 

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