Polícia descarta versão de vingança no caso Hyara e relata aflição de cunhado após tiro: 'Me mate'

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Vinícius Ribeiro

Polícia

11 de agosto de 2023 às 12h21

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O coordenador da 23ª Coorpin (Eunápolis), Paulo Henrique de Oliveira, na foto, e o delegado Robson Domingos, titular da Delegacia Territorial (DT) de Guaratinga, concederam entrevista à imprensa após a conclusão do inquérito do caso da cigana Hyara Flor. A investigação apontou que o tiro que matou a adolescente de 14 anos foi efetuado pelo cunhado, um menino de 9 anos, que não pode ser apreendido. 

Segundo Paulo Henrique, depois de balear Hyara, a criança saiu correndo na rua em direção ao pai e gritando: "Me mate, eu matei Hyara". As imagens registradas por uma câmera na rua após o crime contribuiram na investigação. O garoto prestou depoimento especial com a presença de um promotor de Justiça da Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público da Bahia.

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A pistola utilizada no crime, uma .380, seria da mãe do garoto e sogra da vítima. A mulher foi indiciada por homicídio culposo e porte ilegal de arma de fogo. 

De acordo com o delegado Robson Domingos, os pais e o marido de Hyara, que está apreendido no Espírito Santo, fugiram após a casa onde moram ser atingidas por disparos de arma de fogo. "Essa família fugiu após os disparos, caso ficassem também seriam alvejados e mortos. Razão pela qual essas pessoas fugiram", disse Paulo Henrique. 

O tiros de calibre 9mm foram efetuados pelo tio de Hyara, 10 minutos após a sobrinha ser baleada, em resposta à morte da adolescente. Ele também foi indiciado.

O coordenador da Coorpin enfatizou que o resultado do inquérito foi pautado no que foi dito pelas 16 pessoas ouvidas. Os porta-vozes da investigação ainda informaram que uma das testemunhas, que seria ligada a Hyara, garantiu que o suspeito e marido da vítima não estava no quarto onde ocorreu o crime. Após o disparo, o adolescente teria pego a arma no chão e colocado sobre uma penteadeira, disseram os policiais seguindo o que foi dito por testemunhas.

Arma do crime e versões

A sogra de Hyara assumiu a responsabilidade pela arma utilizada no crime. À polícia ela disse que comprou a pistola em Vitória da Conquista após um filho ser sequestrado em Guaratinga.     

"A adolescente pegou essa arma e começou a brincar com o cunhado. Ela disse finja que você vai me assaltar e o cunhado pressionou o gatilho", reproduziu o chefe da Coorpin de Eunápolis. 

Hyara foi atingida num região frontal próxima ao pescoço, de baixo para cima, o que, segundo a perícia, descarta a possibilidade de tiro efetuado pelo marido da adolescente. que tem estatura entre 1,80m e 1,85m. A distância do disparo foi de 20 a 25 centímetros. 

Ainda segundo a PC, os dados coletados não batem com a versão de vingança causada por uma traição, envolvendo sogra e tio de Hyara. A informação de que a adolescente vinha sofrendo agressões também foi descartada. Com base no laudo pericial, Robson Domingos afirmou "não haver nenhum sinal de violência" anterior. "Eles tinham uma convivência muito harmônica", complementou Paulo Henrique.

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