'Não sei porquê esse assunto voltou', diz presidente da Câmara de Feira sobre Jean Wyllys

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Política

01 de julho de 2016 às 16h06

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Foi assim, usando poucas palavras, que o presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Feira de Santana, Reinaldo Miranda (conhecido como Ronny), respondeu na manhã desta sexta-feira (1/7) ao Aratu Online. O questionamento da reportagem ao vereador foi quanto a polêmica que ‘estourou’ nas últimas horas envolvendo a Câmara e o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ).

A polêmica ganhou visibilidade nacional com uma publicação do colunista Lauro Jardim no jornal O Globo. Em seu texto, Lauro falou a “indignação entre vereadores da Câmara Municipal de Feira de Santana” após um suposto projeto de autoria do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) “que circula nas redes sociais” e “quer tirar trechos homofóbicos da Bíblia.

O detalhe é o que projeto, que seria de autoria do deputado baiano Jean Wyllys (PSOL-RJ), não existe. Mesmo assim, os vereadores Edvaldo Lima (PP), Justiniano França (DEM)  e Alberto Nery (PT) discursaram em plenária sobre o assunto.

EXPLICAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

“Deixa eu explicar toda a situação. Eu, fiquei afastado de licença médica por dez dias na UTI após sofrer um síncope, fiquei afastado do dia 18 a 28. Não presenciei o discurso do vereador Edvaldo (Lima). Retornei à função nesta sexta e vi pelas gravações das sessões das plenárias o que ocorreu. Foi o seguinte: o vereador Edvaldo Lima acabou sendo informado erroneamente por sua assessoria sobre esse suposto projeto do deputado Jean Wyllys. Ele discursou, outros também discursaram. Mas, logo em seguida, frações de minutos. O vereador Pablo Roberto (PHS) informou que se tratava de ‘uma brincadeira’ que circulava nas redes sociais. Não existia projeto algum. Prontamente, ‘morreu o assunto’ na plenária da Câmara. Não houve votação, moção de repúdio… nada disso. Não entendo porquê esse assunto voltou à tona, se esse caso ocorreu na semana passada”, indaga o presidente da Câmara, Reinaldo Miranda.

O vereador Edvaldo Lima, que é da bancada evangélica, foi procurado pela reportagem, assim como sua assessoria, mas não foi encontrado para falar sobre o assunto. Em seu discurso, o vereador chegou a comparar o deputado Jean Wyllys a um “verdadeiro membro do Talibã do Brasil”.

“Trago um assunto nesta manhã, que entendo que os valores estão sendo modificados neste país. Olha o que o deputado Jean Wyllys tem pronunciado, colocando projetos. Ele tem preconceito com os cristãos, ele odeia os cristãos, é um verdadeiro membro do Talibã no Brasil”, afirmou o vereador Edvaldo Lima (PP), que afirmou ter intenção de aprovar uma moção de repúdio ao deputado por conta do “projeto. Esse cidadão, o senhor Jean Wyllys, primeiro disse que a Bíblia era um lixo, que jogou fora a Bíblia quando estava no Acre. Agora, coloca um projeto de lei para retirar da Bíblia os textos que considera homofóbicos. Na Bíblia diz que não deve aumentar ou retirar um til da palavra. Certamente, se isso acontecer, vão pagar caro, não pela mão do homem, mas pela mão do próprio Deus”, acrescentou. “Vou fazer uma Moção de Repúdio, para que ele receba no gabinete dele. Pode ter legitimidade, mas não podemos aceitar o que está acontecendo”, disse, na ocasião, Edvaldo, que , também, teve o discurso reverberado pelo vereador Justiniano França (DEM).

“Quero fazer um comentário a respeito, ele (Jean) tem a opção dele, temos que respeitar, mas não aceitamos. Ele ataca os cristãos, mas se ao invés dele ter cuspido em Bolsonaro, fosse ele que tivesse sido cuspido, a imprensa teria dito que as minorias foram desrespeitadas. Ele precisa respeitar  todo e qualquer cidadão, todos nós que temos a fé cristã evangélica”, afirmou.

VERGONHA

Nas redes sociais, o deputado Jean Wyllys se manifestou e afirmou estar envergonhado como baiano pelas manifestações dos vereadores, no que chamou de “um dos maiores vexames já protagonizados pelas bancadas de fundamentalistas religiosos que estão tomando assembleias estaduais e câmaras municipais”.

“Na cidade baiana de Feira de Santana, os vereadores discursaram no plenário repudiando um suposto projeto meu… que não existe. Lembram daquela estupidez sobre “mudar trechos homofóbicos da Bíblia”? A Câmara Municipal vai debater uma moção de repúdio contra mim por esse “projeto” fictício, boato de internet. Como se fosse para esse tipo de palhaçadas que os vereadores recebem dinheiro público!”, escreveu o deputado.

Ele prometeu publicar um vídeo com os “melhores discursos dos vereadores fundamentalistas”. “Eu, como baiano, morro de vergonha desses patetas!”.

(Aratu on line)

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