O segundo dia do Bololô da Salvador FM começou agitado. Os responsáveis por abrir o especial desta terça-feira (5) foram Dinho Jr e Jota Zô, que receberem no estúdio a Banda Olodum, uma maiores representantes da cultura afro em Salvador.
Durante o programa, os vocalistas Lazinho e Lucas Di Fiori falaram sobre a importância das letras das músicas, que retratam a história, carregando representatividade e levando informação para os fãs de todo o mundo.
"A gente agradece aos mais velhos, Vovô [do Ilê], João Jorge no caso do Olodum, que sempre nos encheu de informação, o Femadom, que é um festival que a gente faz anualmente, então vêm as apostilas, onde a gente tem que estudar a base histórica. Aquela galera que não acompanha o Olodum, não sabe porque o Olodum canta as músicas históricas, então isso vem do Femadom, além da nossa base da Escola Olodum. A gente sempre foi muito munido de informação, graças ao meu bom Deus, e isso a gente consegue passar um pouco através das nossas músicas, das nossas letras, a gente termina ajudando um pouco a população, aqueles que curtem o Olodum. Escutando a galera aprende", disse Lucas, que faz parte da fundação desde criança.
Já Lazinho, integrante do grupo desde a fundação, não teve acesso à representatividade durante sua infância e adolescência, mas ao ingressar no Olodum, tem feito com que sua arte trasmita a mensagem e seja uma mola percussora para que os fãs possam ter o que ele não teve.
"Eu vivia no meio de violência, então para mim o que era bom era violência, quanto mais violência para mim era melhor. Eu via muitas pessoas morrerem e para mim ali era normal [...] A vida ficou banalizada, então na fundação do Olodum veio a consciência política [...] O Olodum é um contador de história para aqueles que acreditam na história que o Olodum conta", relatou Lazinho.
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