A onda de violência que assola a periferia de Salvador tem causado pânico não apenas aos moradores e rodoviários que circulam pelas áreas de risco, mas também aos vereadores que atuam nas comunidades.
Diante dos conflitos entre facções na região de Tancredo Neves, Arenoso e Engomadeira, o Blog do Vila, do Portal Salvador FM, conversou com os legisladores que atuam nos bairros e atestou que a maioria não quer se manifestar sobre o caso, sejam eles de governo ou oposição.
Em reservado, os representantes dizem temer represálias de bandidos e falta de permissão para ingressar nas localidades. Houve quem relatasse que testemunhou perfurações de fuzis em muros e até recebimento de ameaça.
"Meu carro não é nem blindado. Estou fora de confusão", afirmou um dos integrantes da Câmara. "Me disseram que gente do 'comando' avisou que se eu fosse lá me receberiam a bala", relatou outro, ao se dizer "em pânico" com a situação.
Única representante da Câmara a se posicionar de forma geral sobre a criminalidade, Débora Santana (PDT) fez um apelo ao governo do Estado para que "tenha maior sensibilidade".
"A questão não é de um bairro, é uma questão de Salvador. Nós vimos isso acontecer em Pirajá, vimos na Suburbana e em outros bairros de Salvador. É uma questão de Segurança Pública, que não está dando condições para a gente trabalhar. Salvador virou um caos. Até as secretarias municipais que têm que fazer uma limpeza, uma poda, uma construção de praça, às vezes estão impedidas de ir ao local por conta disso, pela falta de segurança. Então, o que a gente vem pedir é paz. Vamos ter paz, vamos dar mais amor, amar mais, buscar mais trabalho. Nós estamos aqui para trabalhar pelos bairros, para buscar melhoria para os bairros", clamou a pedetista, em entrevista ao blog.
Evangélica, ela finalizou a conversa com uma mensagem religiosa: "Que Deus nos abençoe, possa iluminar e nos dar uns dias de tranquilidade e paz para continuar com o nosso trabalho".
