De vices à afilhada política: Três vezes em que Moema Gramacho foi 'traída' por aliados em Lauro de Freitas

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Juliana Nobre

Eleições 2024

22 de julho de 2024 às 17h57

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A política de Lauro de Freitas foi abalada no último sábado (20) por um rompimento. Vidigal Cafezeiro (Republicanos), atual vice-prefeito e até então aliado da prefeita Moema Gramacho (PT), anunciou seu apoio a Débora Régis (União Brasil), durante a convenção que oficializou a candidatura da vereadora à prefeitura.

Vidigal justificou sua decisão afirmando: "Não houve nenhum diálogo, não foi um processo democrático. Deveria ter havido um debate, as pessoas deveriam ter sido consultadas. Poderia ser o meu nome ou qualquer outro do grupo, desde que fosse resultado de um consenso entre a maioria. Simplesmente impuseram", declarou ao manifestar apoio a Débora.

Após o anúncio, Vidigal Cafezeiro removeu todas as suas publicações nas redes sociais relacionadas a Gramacho, excluindo as três postagens que estavam em destaque em seu perfil do Instagram. Essa decisão marca mais um capítulo em uma série de rupturas que Moema enfrenta em sua base de apoio nos últimos cinco anos.

Em 2019, o rompimento também partiu de quem ocupava o cargo de vice-prefeita, Mirela Macedo (PSD). A ex-deputada estadual expressou publicamente suas insatisfações com a gestão de Moema, criticando a falta de diálogo e a necessidade de revisão no secretariado, afirmando que o governo estava abaixo das expectativas da população.

Moema respondeu com uma nota lamentando a decisão de Mirela de expor suas queixas publicamente antes de buscar um diálogo direto. "Esperei 10 dias para que Mirella se retratasse, mas ela preferiu falar com a mídia primeiro", dizia a nota, expressando seu desapontamento com a exposição das divergências.

Em entrevista, Moema chegou a afirmar que “é da natureza” de Mirella trair. “Veio a campanha para a prefeitura em 2016. Eu pontuava com 70% das intenções de votos nas pesquisas e muitos queriam ser vice. Convidei Mirella e fomos juntas conversar com o senador Otto. Fiz questão de perguntar: ‘Se tiver a vaga para deputada estadual, Mirella vai para deputada ou fica comigo como vice? Olha, eu vou renunciar ao meu mandato de federal’. E ambos afirmaram que, se ganhássemos, ela ficaria como vice. Ganhamos! E Mirella, novamente, me traiu e traiu o povo de Lauro de Freitas e foi ser deputada estadual”, acusou.

Moema e Mirella se enfrentaram nas urnas nas eleições de 2020, quando Moema foi eleita para o terceiro mandato. Mirella obteve 9.100 votos, ficando atrás do ex-marido Teobaldo, que ficou em segundo lugar com 34.216 votos. Moema logrou êxito ao obter 50.680 votos.

Durante a corrida eleitoral de 2020, a própria vereadora Débora Régis também rompeu com Moema, considerada até então sua madrinha na política. Débora, que por muitos anos esteve ao lado de Gramacho, decidiu, a 15 dias do pleito, apoiar Teobaldo Costa (União Brasil), adversário direto de Moema. O fato foi classificado pela gestora municipal como 'traição'.

"Ela estava comigo há anos e, de repente, decidiu apoiar Teobaldo, faltando apenas 15 dias para a eleição. Até hoje, ela não esclareceu a razão por trás dessa mudança repentina", desabafou Moema em entrevista. A prefeita recordou o momento em que viu Débora ao lado de Teobaldo Costa, ACM Neto e José Carlos Araújo em um trio elétrico, o que selou o rompimento. "Fui até a casa da mãe dela para esclarecer que não era eu que estava rompendo com Débora", afirmou Moema.

Em 2020, Débora Régis, agora candidata à prefeita de Lauro de Freitas, foi eleita a vereadora mais votada do município e passou a fazer oposição a Moema na Câmara.

Para as eleições deste ano, além de Vidigal, Débora também conta com apoio de Mirella Macedo e Teobaldo na corrida pela busca de votos contra Rosalvo, indicado por Moema para sucessão.

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