O traficante César Dantas de Rezende, conhecido como César Lobão, líder da extinta facção Comando da Paz na região do Calabar, foi condenado pela Justiça a seis anos e nove meses de prisão, mas poderá recorrer em liberdade. Outros nove integrantes da organização criminosa foram condenados a três anos de prisão, mas a pena foi declarada extinta por causa da prescrição dos crimes.
De acordo com a sentença da juíza de direito substituta Ana Queila Loula, a investigação do grupo criminoso começou em 2011 com a deflagração da operação "Grande Lobo", que apurava supostos crimes de tráfico de drogas e armas praticados pela facção Comando da Paz, liderada por César Lobão.
Conforme apontaram os relatórios, o grupo atuava na distribuição de drogas em bairros como Calabar, Alto das Pombas, Periperi, Boca do Rio, São Caetano, Largo do Tanque, Lobato, Liberdade, Santa Mônica e Fazenda Grande do Retiro, além da Ilha de Itaparica.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público estadual à Justiça demonstrou que, após interceptação telefônica, foi constatado que César Lobão comandava o tráfico de drogas nas diversas regiões de Salvador enquanto estava custodiado no Complexo Penal da Mata Escura.
Ouvido em juízo, César Lobão permaneceu em silêncio, exercendo seu direito constitucional de ficar calado. Ao analisar o processo do chefe da organização criminosa, a magistrada ponderou que, mesmo estando preso para cumprir pena por delitos anteriores, o réu comandava uma facção criminosa de dentrro de uma unidade prisional do Complexo Penal da Mata Escura. Além da condenação a seis anos e nove meses de prisão, a juíza definiu uma multa a ser paga pelo réu, que teve o direito de recorrer em liberdade.
Na mesma ação que César Lobão foi condenado, tiveram a pena prescrita e os autos arquivados os seguintes integrantes do grupo: André de Jesus Lima, Daniel Santos Teixeira, Danilo Santos Teixeira, Everson Santos Soares, Jacson Meireles do Nascimento, Selma da Silva Floquet Miranda, Shirley Santana de Araújo, Michele Carvalho de Souza e Karina da Silva Bonfim.
GRANDE CHEFE
Foragido da Justiça baiana desde 2008, César Lobão foi preso em 2010 na cidade de Goiânia ao lado da esposa, com quem gerenciava uma revendedora de veículos e um salão de beleza. De acordo a polícia, os estabelecimentos eram utilizados para fazer lavagem do dinheiro obtido com a venda de drogas.
A prisão ocorreu no âmbito da Operação Coiote, deflagrada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), que classificou o então foragido como "o último grande chefe do tráfico de drogas na Bahia".
Ele chegou a ter prisão preventiva decretada pela Justiça por assaltos a bancos no ano de 2006. Em 1994, ele já havia cumprido pena também por assalto a banco em Simões Filho. Além disso, foi preso pelo crime de tráfico de drogas pela Polícia Federal e Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), e por assalto pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) e pela 23ª Delegacia Territorial de Lauro de Freitas.
