"É uma árvore sagrada, mas uma vida é mais sagrada do que isso", disse a iyakékéré (segunda pessoa na hierarquia) do Terreiro de Alaketu, Josenilda Bispo, sobre o acidente que ocorreu, na madrugada desta sexta-feira (2), na área do templo religioso localizado em Luís Anselmo, matando uma pessoa e deixando outras oito feridas.
Ela acusa o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan) de não ter atendido às constantes solicitações de poda e até retirada da árvore centenária que caiu. Segundo ela, como o templo religioso é tombado desde 2005, todas as intervenções no espaço são reportadas ao órgão federal para que ele adote as devidas providências.
"Como todos do candomblé conhecem, o iroko é o orixá árvore. Ele já estava aqui há mais de 200 anos. Remonta aos nossos ancestrais. Fomos o primeiro morador desse local, em volta da árvore não tinha casa nenhuma, depois a população cresceu e ela ficou achatada entre algumas construções, levando a preocupação dos vizinhos de que fosse retirado e a gente concordou. Esperávamos apenas o momento de virem fazer isso", informou.
(Correio) (AF)
