Em São Paulo, morador de rua baiano recebe ajuda para se formar em direito

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Brasil

01 de setembro de 2015 às 16h34

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Com quase 90 mil compartilhamentos no Facebook , uma publicação de uma estudante chamada Yanca Araújo, pode mudar a vida do baiano Laedison dos Santos, morador de rua em São Paulo e bolsista integral do curso de direito da Uniesp.

A jovem encontrou o rapaz por acaso nas ruas da capital paulista e ele contou a história de sua ida para São Paulo [leia abaixo], em 2007, falou da graduação e disse que os seus livros, utilizados para estudar para as matérias da faculdade foram apreendidos por fiscais, o chamado "rapa", além de roupas e outros mantimentos.

"Passamos a ouvi-lo quando o mesmo nos surpreendeu tirando do bolso sua carteira de trabalho e o documento que comprova sua matrícula na faculdade. Sim, faculdade, bolsa de 100%, último ano de direito na UNIESP. Foi aí que sentimos que tínhamos de ouvir toda a história", conta a estudante na postagem.

Ele pediu ajuda e a história foi compartilhada pela garota no Facebook por meio da postagem e da criação de uma página no Facebook , "Ajudando Laedison", que já possui mais de 20 mil seguidores. Segundo a garota, muitas pessoas diariamente tem se oferecido para ajudar o rapaz, tanto com roupas quanto livros para o curso.

De acordo com a publicação de Yanca, o baiano perdeu a esposa, não tem filhos, e não tem o apoio da família: "Quando perguntamos de seus parentes ele disse que tem até o telefone de seu pai, mas que o mesmo o rejeita e disse uma vez que o único caminho dele era ser marginal, então foi aí que ele decidiu que seria diferente", revela Yanca. 

Além dela, outras duas amigas, Geovana Silva e Michely Andrade, também estavam no momento do encontro com Laedison e ajudam na arrecadação dos livros e roupas.

Leia a publicação de Yanca:

Esse é o Laedison. Sim, ele é negro, e não, ele não rouba, ele não usa drogas e não me parou pra pedir esmola. Ele viu eu e umas amigas e disse que não costuma parar pra conversar porque as pessoas são rudes, mas que por algum motivo Deus mandou ele ao nosso encontro. Ele começou dizendo "as mulheres são mais gentis, né?" e depois contou atordoado que tinha tentado conversar com um homem antes e o mesmo o respondeu mandando ele ir roubar. Passamos a ouvi-lo quando o mesmo nos... surpreendeu tirando do bolso sua carteira de trabalho e o documento que comprova sua matrícula na faculdade. Sim, faculdade, bolsa de 100%, último ano de direito na UNIESP. Foi aí que sentimos que tínhamos de ouvir toda a história. Natural de Salvador, veio pra SP em 2007 acompanhado da esposa em busca de melhores condições de vida. Em 2009 ela faleceu e como não podia ter filhos, ele ficou sozinho. Quando perguntamos de seus parentes ele disse que tem até o telefone de seu pai, mas que o mesmo o rejeita e o disse uma vez que o único caminho dele era ser marginal, então foi aí que ele decidiu que seria diferente. É claro que a duvida corria na cabeça "como um morador de rua pode fazer faculdade?" então ele nos explicou que paga R$17,00 por noite pra dormir num lugar coberto e que tinha sim livros da faculdade e ternos, mas que o "rapa" os levaram (policial ou fiscal encarregado de apreender mercadoria de camelôs) é claro que ele deve ter lutado pra ficar com seu material, mas é muito mais fácil julgar alguém sem antes conhecê-lo. Ele olhou pra mim e disse "Aí é dificil sabe, eu tenho vergonha de entrar na faculdade vestido assim.." Aí não aguentei e as lágrimas começaram a rolar, quando olhei, além das minhas amigas o senhor já se encontrava emocionado também. Quando lhe pedimos um abraço ele disse "eu não sou dígno de te abraçar" quem dera ele soubesse quão dígno é. Lhe perguntei se podia tirar uma foto dele e contar sua história, ele ficou muito animado e logo aceitou. Sempre repetindo que Deus tinha nos enviado justamente na hora em que ele precisou. Chorava dizendo que pensou sim em desistir, que já lhe ofereceram muito dinheiro pra trabalhar semanalmente vendendo drogas mas que o sonho dele era ser advogado e disso ele não podia desistir. Ainda repetia "Ei moça, eu prometo! eu não uso droga nenhuma, só bebo as vezes porque é dificil demais aguentar a solidão." O senhor Laedison não parou de derramar lágrimas desde então e nos pediu pra que não abandonássemos ele. A essa altura nem se eu quisesse eu o deixaria lá sem prometer voltar pra ajudá-lo. Então hoje, não faço por mim, faço por quem me vê lá de cima e coloca situações como essa em minha vida só pra mim ter a certeza de que meu propósito nessa vida é muito maior do que eu imagino. Eu e as meninas prometemos que vamos ajudá-lo então estaremos arrecando roupas e calçados masculinos pra que ele possa voltar a frequentar a faculdade, ele nos contou que como está no ultimo ano logo tem a prova da OAB e como levaram seu terno ele precisa de um novo. Ele também precisa estudar para a prova e sem os livros não tem como, não sei especificamente que livros são utilizados na faculdade de direito mas toda ajuda é bem vinda. É horrível não termos a noção de como o preconceito racial machuca. Ele é negro sim e devia ser lembrado todos os dias do valor que tem por não ter condição nenhuma e mesmo assim não desistir de ser alguém. As vezes temos tudo na mão e temos preguiça ou temos a mania ridícula de reclamar de barriga cheia. Sou a favor de todo e qualquer sonho e tudo que eu puder fazer pra esse senhor realizar o seu eu farei.

(Foto: Reprodução / Facebook)

 

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