A funcionária terceirizada Secretaria de Gestão Municipal de Salvador (Semge), Silvana da Paixão, 41 anos, denunciou que foi vítima de intolerância religiosa dentro da prefeitura de Salvador, onde trabalha como mensageira há mais de 10 anos.
Silvana contou que foi foi iniciada no Candomblé há pouco mais de dois meses, e por isso passou a usar vestes brancas e turbantes e teve que enfrentar diversas atitudes de intolerância religiosa de um colega de trabalho em ambientes comuns da secretaria.
De acordo com ela, os primeiros constrangimentos aconteceram no refeitório do local. Isso porque a funcionária, no horário de almoço, come e bebe em prato e copo de alumínio, como sua Mãe de Santo orientou.
Para mulher de 41 anos o maior constrangimento foi no dia que uma dos responsáveis pela Secretária de Infraestrutura a chamou de sem modos.
"O chefe de manutenção chegou e perguntou se eu tinha desaprendido a comer de garfo e faca, porque estava comendo em prato diferente e de colher. Outra vez ele falou minhas vestes, disse que eu estava usando branco e chamando muito a atenção da secretaria, que eu tenho farda e que não era para usar mais branco", complementou.
Além disso, Silvana relatou que era chamada de macumbeira de maneira pejorativa.
Além da intolerância religiosa, Silvana relatou ter sido vítima de constrangimento e ameaça, e de ter sido excluída pelos colegas do setor onde trabalha. Ela disse que está com o rosto inchado por causa de uma alergia. "Uma outra funcionará viu e foi falar para o chefe de manutenção. Ele me chamou e disse: 'se retire da secretaria e vá ao médico'".
Após o ocorrido, Silvana disse que entrou em contato com a Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro Ameríndia (AFA) que notificou a Semge para dar explicações.
