Filho de Bolsonaro ironiza tortura sofrida por Miriam Leitão e políticos reagem

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Política

04 de abril de 2022 às 08h00

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Foto: Vinícius Loures/Agência Câmara

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, ironizou a tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão, atualmente no Globo, durante a ditadura militar. 

Em post no Twitter, ele compartilhou uma coluna assinada por Miriam e escreveu "Ainda com pena da cobra", em referência a um dos métodos de tortura utilizados pelos militares contra a jornalista.

A baiana e ex-bolsonarista, Dayane Pimentel, deputada federal recém-filiada ao União Brasil, escreveu que pode ter diferenças políticas com Miriam, mas que isso é parte da democracia, e que a família Bolsonaro costuma perseguir quem não se submete às suas vontades.

“Mas Eduardo Bolsonaro ameaçar, xingar e desrespeitar a mim, a ela ou a qualquer outra mulher só mostra o vil que é. Família Bolsonaro é perseguidora de quem não se curva”, afirmou.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o comentário covarde "reflete o que essa família é". Já o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) classificou a frase como grosseira e com o objetivo de desviar a atenção para os verdadeiros problemas do país, como a fome, pobreza e casos de corrupção no governo Bolsonaro.

Miriam Leitão era militante do PCdoB e foi torturada em dezembro de 1972, quando estava grávida, no quartel do Exército em Vila Velha, no Espírito Santo. A jornalista contou que levou chutes e tapas, além de ser obrigada e ficar nua em frente a dez soldados.

O Globo publicou um editorial em defesa à jornalista e contra o comentário "repugnante" de Eduardo Bolsonaro.

"EM POST publicado numa rede social contestando uma crítica feita por Míriam ao presidente Jair Bolsonaro — ela o chamara de “inimigo confesso da democracia” —, o filho Zero Três zombou de um dos episódios mais dramáticos e cruéis da vida dela, a tortura a que foi submetida nos porões da ditadura enquanto estava grávida.

A MANIFESTAÇÃO do deputado deve ser repudiada com toda a veemência. É incompatível não apenas com o que se espera de um detentor de mandato popular, mas sobretudo com a decência e o respeito humanos. Merece, além do repúdio firme, providências das instituições obrigadas constitucionalmente a zelar pelo Estado de Direito", diz o texto publicado pelo veículo.
 

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