<img alt="Pessoas atravessam fronteira a pé nesta segunda-feira (19) (Foto: Inaê Brandão/G1)" src="http://s2.glbimg.com/wduPx5Rc6RsRZEC27MYLjkubTuc=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/12/19/travessia_a_pe_-_venezuela.jpg" style="height:488px; width:650px" />

Centenas de pessoas est&atilde;o cruzando clandestinamente a p&eacute; a fronteira da Venezuela com o Brasil. Nesta segunda-feira (19), mulheres com beb&ecirc;s de colo, crian&ccedil;as e idosos atravessaram a fronteira por terra que une os dois pa&iacute;ses.

A Venezuela, pa&iacute;s fronteiri&ccedil;o a Roraima,&nbsp;fechou os pontos de acessos com o Brasil e a Col&ocirc;mbia por decreto presidencial&nbsp;que visa enfraquecer as m&aacute;fias que descaminham notas de bol&iacute;var, a moeda venezuelana.

O&nbsp;vice-consulado do Brasil em Santa Elena de Uair&eacute;n estima que quase 100 brasileiros est&atilde;o tentando sair do pa&iacute;s&nbsp;pela fronteira com Roraima.&nbsp;Uma comitiva do estado foi a Venezuela para resgatar cerca de 37 turistas que est&atilde;o retidos no pa&iacute;s.

A rota ilegal entre o Brasil e Venezuela &eacute;&nbsp; chamada de &#39;caminho verde&#39;, porque &eacute; por dentro da mata. H&aacute; at&eacute; um p&acirc;ntano no meio do caminho. A passagem liga Santa Elena de Uiar&eacute;n a Pacaraima, cidade brasileira na fronteira e a 250 KM da capital Boa Vista.

A travessia clandestina entre os dois pa&iacute;ses dura entre 10 e 20 minutos.

Brasileiros e venezuelanos em busca de comida e rem&eacute;dios fazem o trajeto tanto para sair do pa&iacute;s quanto para voltar levando mantimentos.

A brasileira Lenir da Silva, de 51 anos, atravessou a fronteira para levar os netos, de 10 e 5 anos para Boa Vista. As crian&ccedil;as devem permanecer no Brasil at&eacute; que a situa&ccedil;&atilde;o na Venezuela melhore.

&quot;Esta &eacute; a segunda vez que cruzo a fronteira. A primeira travessia foi para comprar comida, pois n&atilde;o h&aacute; alimentos na Venezuela&quot;, conta Lenir que vive em Santa Elena de Uair&eacute;n.

O comerciante venezuelano Ulisses Sanches, de 38 anos, tamb&eacute;m cruzou a fronteira de forma clandestina para comprar mantimentos. Ele admite saber que o ato &eacute; ilegal, mas diz que precisou se arriscar porque n&atilde;o h&aacute; comida na Venezuela.

&quot;Essa travessia n&atilde;o &eacute; legal, mas temos de faz&ecirc;-la porque n&atilde;o h&aacute; comida na Venezuela&quot;, contou o comerciante que mora em Santa Elena de Uair&eacute;n.

Ele disse que dentro da Venezuela o clima &eacute; de incerteza. &quot;Ningu&eacute;m sabe o que vai acontecer. O futuro &eacute; incerto. Enquanto n&atilde;o abrirem a fronteira, vamos continuar viajando por aqui&quot;, afirma.

H&aacute; cerca de 10 dias, a brasileira Vilanir de Souza Santos, de 32 anos, veio ao pa&iacute;s natal para ter o filho na maternidade de Boa Vista, j&aacute; que na Venezuela hospitais sofrem com a falta de rem&eacute;dios.

Ela cruzou a fronteira p&eacute; com o filho, um beb&ecirc; rec&eacute;m-nascido, para voltar para casa, na manh&atilde; desta segunda.

&quot;Fui ter meu filho no Brasil, porque a situa&ccedil;&atilde;o na Venezuela &eacute; p&eacute;ssima. N&atilde;o d&aacute; nem para sair na rua, porque est&atilde;o saqueando tudo. Mesmo assim, tenho que voltar para minha casa em Santa Elena&quot;, relata.

Brasileiros e venezuelanos que atravessam a fronteira dizem que h&aacute; pessoas cobrando dinheiro para auxiliar nas travessias. Eles afirmam que homens do ex&eacute;rcito tamb&eacute;m indicam que apesar da fronteira estar fechada, &eacute; poss&iacute;vel transitar entre os dois pa&iacute;ses pela rota ilegal.

Itamaraty 
Em nota divulgada no &uacute;ltimo s&aacute;bado (17), o Itamaraty informou que a embaixada brasileira na Venezuela atua junto ao governo do pa&iacute;s para buscar uma solu&ccedil;&atilde;o para os brasileiros que desejam retornar ao Brasil.

Al&eacute;m disso, o Itamaraty refor&ccedil;ou que os brasileiros que est&atilde;o na Venezuela e que precisarem de assist&ecirc;ncia devem procurar o vice-consulado do Brasil em Santa Elena de Uair&eacute;n, que fica na fronteira entre os dois pa&iacute;ses.

Fronteira fechada 
Na ter&ccedil;a (13), o presidente venezuelano Nicol&aacute;s Maduro decretou que as fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Col&ocirc;mbia fossem fechadas. Na quinta (15), o presidente prorrogou a decis&atilde;o por mais 72h e no s&aacute;bado anunciou que a medida ir&aacute; valer at&eacute; o dia 2 de janeiro.

Segundo o l&iacute;der chavista, a Venezuela est&aacute; sendo v&iacute;tima de um &quot;ataque econ&ocirc;mico&quot; contra sua moeda. O fechamento visa combater as &quot;m&aacute;fias&quot; que entram no pa&iacute;s para desestabilizar a economia da Venezuela.

Maduro tamb&eacute;m decidiu estender a vig&ecirc;ncia da nota de 100 bol&iacute;vares, que, como anunciara o governo no domingo passado, deveria ser retirada de circula&ccedil;&atilde;o na &uacute;ltima quinta.

O fechamento das passagens fronteiri&ccedil;as foi estabelecido, ainda de acordo com a vis&atilde;o de Maduro, justamente para evitar que as notas de 100 que tinham sido tiradas do pa&iacute;s por grupos ilegais voltassem a circular.

Reprodu&ccedil;&atilde;o/G1

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Centenas de pessoas cruzam a pé fronteira da Venezuela com Roraima

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