Após dois anos sem o típico festejo que homenageia São Roque, Salvador é levada por uma maré de fiéis vestidos de brancos, que enfeitam as ruas e pedem por cura e proteção. Em uma só sintonia, a cidade irradia não somente os agradecimentos aos santos, mas é a expressão da riqueza simbólica e da diversidade do sincretismo religioso, do respeito e da tolerância às religiões e expressões culturais da capital baiana.
Na manhã desta terça-feira (16), desde às 5h da manhã, fiéis caminham em celebração ao padroeiro de doenças, na região do bairro da Federação. A missa é em homenagem ao Santo Católico é de origem católica, mas também é cenário para as manifestações candomblecistas,que homenageiam o orixá Omolu.
Em entrevista a Paulinho FP, do Ligação Direta da Rádio Salvador FM, o coordenador do evento, Edmilson Sales, explicou a importância do retorno das comemorações para a manifestação religiosa e falou sobre a expectativa de pessoas no local. “Este ano temos uma expectativa muito grande, pois ficamos dois anos sem fazer a festa. Estamos esperando 10 mil pessoas circulando”, afirmou.
Para ele, a festa é um momento de pedir pela cura. “Como devoto de São Roque e São Lázaro, para mim, representa a busca da cura. As pessoas que se dirigem aqui na igreja não pedem dinheiro, pedem prosperidade e cura”, disse ele.
Sobre a programação do evento, que tem previsão de se estender até às 19h, o coordenador pontuou que além da missa, a procissão que sai da igreja e retorna, contará também com um espetáculo de fogos, que encerra a tradicional festa.
Caminhada Azoany
A Caminhada Azoany, que sai do Centro Histórico em direção ao santuário, em São Lázaro, antecede a procissão do bairro da Federação. Marcada pela união entre o cristianismo e o Candomblé, é a manifestação da tolerância entre as religiões. Além disso, a caminhada é o momento em que os candomblecistas marcham em culto a Azoany (Omulú, Obaluaê) e compartilham com os adeptos do catolicismo que reverenciam a São Roque.