Ídolo Rubro-Negro é vítima de racismo e desabafa: “infelizmente, já estou acostumado”

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Esporte

29 de abril de 2024 às 16h56

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Foto: divulgação/EC Vitória

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O ex-jogador de futebol Alex Sandro Santana de Oliveira, mais conhecido como Paulo Isidoro, sofreu racismo em um estabelecimento de Salvador. Ele é ídolo do Vitória e se pronunciou sobre o ocorrido.

Cria da base do Leão da Barra, Paulo Isidoro, de 50 anos, também teve passagens por outros grandes clubes do Brasil, como Palmeiras, Internacional, Fluminense, Fortaleza, Bahia e Cruzeiro. Além disso, Paulo já foi treinador da equipe sub-20 do Vitória.

O ex-jogador foi às redes sociais relatar e denunciar um caso racista que ele teve que enfrentar. Paulo Isidoro contou que estava em um grande estabelecimento da capital baiana. No momento em que o ex-jogador escolhia maçãs, foi abordado por um senhor e questionado: “o senhor sabe onde tem determinada fruta?”.

"Para mim ele estava falando com alguém, e aí ele repetiu mais duas, três vezes, e aí eu falei: "Não sei". Ele voltou a perguntar mais duas vezes, e aí eu peguei a maçã que eu queria, as duas maçãs, e coloquei no carro, e aí ele achou o que ele estava procurando, e olhou pra mim e fez, aqui, tipo assim, achei aqui e eu fiquei olhando pra ele", conta o ex-jogador.

Paulo contou que o homem só percebeu que ele não era funcionário do estabelecimento após falar à uma funcionária que  achou que o ex-jogador trabalhava no local. Contudo, a mulher disse que Paulo Isidoro era um cliente vip, o que fez o agressor pedir desculpas e ficar sem graça.

“Eu escutei isso, né, e aí ele veio, olhou, pediu desculpas e veio ao meu encontro, né, pô, desculpa, tal. Eu falei, não, não tem problema, não se preocupe não, que infelizmente eu já tô acostumado com isso. Aí ele ficou assim, meio, se calou e aí foi só se afastando, se afastando e a loja não é muito grande, né, e ele ficou assim, meio desolado."

No final do desabafo, Paulo deixou uma mensagem em tom de reflexão: "enfim, eu tenho a foto desse senhor e quem sabe mais na frente eu possa mostrar a cara, mas isso para mim não faz diferença nenhuma. Como não fez também o que ele falou, isso só faz eu vou mostrar o quanto isso acontece na Bahia, imagine, no Brasil inteiro. Mas você que é negro, você que é pobre, você que é rico. Rico, milionário, mas principalmente pessoas mais simples que precisam muito e que sofrem muito isso nas ruas. Tenha resiliência, trabalhe isso na sua cabeça, estude, tenha um conhecimento melhor a respeito disso, e em frente com classe, com dignidade, com verdade. A melhor resposta é a sua vida que você tem. Beleza? Um abraço a todos."

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