Empresa dá calote em formatura e avisa por WhatsApp que faliu

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Brasil

21 de dezembro de 2016 às 10h58

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Pais e alunos da Escola Técnica de Santa Isabel (Etec) se reuniram para decidir como vai ser a formatura dos estudantes que contrataram uma empresa para organizar a colação e o baile, mas foram informados que não teriam mais a comemoração. E não faltaram esforços dos estudantes e familiares pra realizar essa festa. Eles não foram as únicas vítimas da região do Alto Tietê. Em Suzano, estudantes também ficaram sem formatura.

A produção do Diário TV tentou falar com os responsáveis da Pirillo Eventos, para saber como será feito o ressarcimento do dinheiro que os alunos pagaram, mas não recebeu resposta.

Por mensagem de texto em um aplicativo de celular, a empresa avisou um dos professores que tinha decretado falência e os alunos não teriam a tão esperada formatura. “Ele estavam frustrados, porque é um sonho estudar três anos na expectativa de comemorar”, disse o professor de matemática Valmir Freire Barbosa.

Foi uma grande decepção para quase 40 estudantes da Etec de Santa Isabel. A informação veio há menos de uma semana, o baile estava marcado para janeiro e a colação de grau seria nesta terça-feira (20). “Estava tudo preparado para fazer a colação. Do nada avisam que não vai ter evento e todo o dinheiro foi perdido. Fico muito chateada. Todos os formandos trabalharam o ano inteiro para realizar a colação e o baile”, contou a estudante Giovana Covre.

A mãe de Giovana, Joseane Cristina Miguel, disse que no começo do mês representantes da empresa se reuniram com os pais e pediram a antecipação das cinco últimas parcelas. “Nunca desconfiei. Todos os pais pagaram e quitaram a formatura antes do baile.”

Cada aluno pagou cerca de R$ 500 pelos dois eventos, colação e baile. A aluna Vânia Daniela dos Santos conta que, além desse valor, ela e os colegas juntaram mais R$ 10 mil e depositaram, à vista, na conta da empresa. “Essa quantia foi juntada em dois anos, com rifa, bingo. Foi muito sofrido para a empresa fazer isso com todo mundo.”

O sumiço da empresa virou caso de polícia. Pais e estudantes acreditam terem sido vítimas de golpe. Depois de uma reunião na Etec da Santa Isabel, todos foram até a delegacia registrar o boletim de ocorrência. Em Suzano, o caso já está sendo investigado.

Orientação
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Inocêncio, diz que é preciso pesquisar as empresas antes da assinatura do contrato. “Você tem que investigar, olhar o histórico dessa empresa, como ela realiza os seus eventos e se atende os cuidados do contratante.”

O advogado ainda completa que a Polícia pode ajudar no caso, mas é possível ainda entrar com uma ação cível. “Isso é para cobrar o contrato que, provavelmente, tenha uma cláusula de multa e pedindo uma reparação pelos danos todos provocados. Eles têm direito a pedir a devolução dos valores todos que foram pagos e cobrar multa do contrato. Eles podem até pedir uma indenização pelo dano moral pelo transtorno.”

Na visão do advogado é possível que o contrato não tenha cláusula especificando sobre multas. “Dificilmente o resultado final de uma ação tenha sucesso. Parece que foi uma ação preparada para receber o crédito e depois a empresa fecha e os proprietários desaparecem. A comissão de formatura precisa acompanhar isso.”

Reprodução: G1

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