20 mil mulheres negras marcham contra a violência e o racismo

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Brasil

18 de novembro de 2015 às 12h01

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A Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver está acontecendo em Brasília - DF, na manhã desta quarta-feira (18), no Ginásio Nilson Nelson. Reunirá cerca de 20 mil mulheres de todos os estados e regiões do Brasil para marchar pela garantia de direitos já conquistados, pelo direito à vida e a liberdade, por um país mais justo e democrático e pela defesa de um novo modelo de desenvolvimento baseado na valorização dos saberes da cultura afro brasileira. Além disso, reafirmar a contribuição econômica, política, cultural e social das mulheres negras que construíram e constroem diariamente o Brasil. A marcha acontece no âmbito da Década Internacional dos Afrodescendentes 2015-2024 e do mês da Consciência Negra.

Está previsto  uma sessão conjunta do Senado e Câmara Federal e uma audiência com a presidenta da República, Dilma Rousseff. A diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, ex- vice presidenta da África do Sul também confirmou presença. São esperadas, ainda, as ativistas norte-americana Ângela Davis e Bell Hooks, entre outras referências internacionais na luta pela igualdade racial e de gênero.

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A Marcha é uma iniciativa de diversas organizações e coletivos do Movimento de Mulheres Negras e do Movimento Negro, além de contar com o apoio de importantes intelectuais, artistas, ativistas, gestores e gestoras, comunicadores e comunicadoras e referências das mais diversas áreas no Brasil, América Latina e África. Estarão presentes trabalhadoras rurais, catadoras de material reciclável, pescadoras, marisqueiras, quilombolas, estudantes, mestres e mestras da cultura tradicional, empreendedoras, yalorixás, entre outras mulheres negras dos diversos setores da sociedade. A proposta da Marcha surgiu durante o Encontro Paralelo da Sociedade Civil para o Afro XXI, realizado em 2011, em Salvador, capital do estado da Bahia. A partir de então, mulheres negras e do movimento social de mulheres negras atenderam ao chamado e deram início as mobilizações para a Marcha. De 2011 até agora, foram realizadas diversas ações entre debates, oficinas, passeatas, eventos formativos, articulações em âmbito local, regional, nacional e internacional.

A agenda de debate proposta pelos movimentos sociais, especialmente, os de mulheres negras tem buscado refletir e incidir sobre o lugar da mulher negra na sociedade e os desafios da luta contra o racismo, a pobreza e a sub-representação nos espaços de poder e decisão. Temas relacionados ao mercado de trabalho formal e informal, produtivo, reprodutivo, enfrentamento à violência racial, física, psicológica, patrimonial e moral, à violência doméstica e sexual, genocídio da população tem sido discutidos e necessitam de respostas urgentemente, razão pela qual a Marcha será um espaço de formação e incidência política de grande importância para a conquista e a garantia de direitos das mulheres negras em todo o território nacional.

Foto: Reprodução/Twitter

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