Zagueiro do Vitória ganhou apelido para evitar rima maliciosa

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Esporte

14 de dezembro de 2015 às 12h41

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Da favela para o mundo. Criado na Estrada do Curralinho, na Boca do Rio, Antônio Eduardo Pereira dos Santos cresceu, ganhou o mundo e virou Kanu. Mas é melhor chamar o zagueirão de Kanivis mesmo, apelido que recebeu da torcida rubro-negra e de alguns companheiros na Toca do Leão porque “na Bahia é sempre muito bom ter cuidado com a rima”, comenta o jogador, aos risos.

De volta a Salvador desde julho, quando assinou contrato para defender o Vitória por um ano, o zagueiro de 31 anos conta que sentiu o coração bater mais forte quando confirmou que voltaria a morar onde nasceu e foi criado.

“Foi uma notícia fantástica saber que eu ia pode jogar em Salvador. Além de sentir muita falta da minha família, eu sentia uma falta muito grande das pessoas, desse calor humano do povo baiano. E  a praia? Rapaz, lá na Europa eu jogava esses negócios de Champions League, esses campeonatos todos, mas não tinha um negócio de uma praia para ir. Era chato isso”, conta ele, que deixou a capital baiana em 2004, quando foi  jogar em Portugal.

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Kanu (ou Kanivis para quem lê em voz alta) começou a jogar bola quando tinha nove anos e lembra dos primeiros passos rumo a uma carreira bem sucedida no futebol. “Eu batia o baba nos campinhos de barro da Boca do Rio e tinha esse sonho. Gostava muito, era uma época boa. Lembro que ficava me imaginando como jogador”, diz, nostálgico.

O sucesso, no entanto, começou longe da Boca do Rio. Precisou ir para o Rio de Janeiro, atuar na divisão de base da Cabofriense, para ser revelado em 2004. Só jogou em times pouco expressivos no Brasil: Alecrim, Teotônio, Estrela do Norte, Ituano e Águia Negra. Quando criou coragem para sair do país e arriscar, cresceu.

Em 2008, desembarcou em Portugal para jogar no Beira-Mar, onde ficou até 2011, ano em que foi para o Standard Liège, da Bélgica. Um dos momentos mais gloriosos do zagueiro, que apesar de falar cheio de orgulho da infância, confessa não sentir saudade do campo de barro. “Aonde! Nunca que campo de barro vai ser melhor que grama. Grama é tapete, pai, é profissa”, ri, engatando uma das suas citações favoritas. “A pessoa sai da favela, mas a favela nunca sai da pessoa. Eu sou um cara assim, de boa, sou muito good vibes (boas vibrações, em inglês)”, diverte-se.

Em 2014, Kanu deixou a Bélgica e voltou a Portugal, no Vitória de Guimarães, clube que detém seus direitos. Em 2015, surgiu o Vitória. Agora cercado pela família, Kanu curte as férias e aguarda o dia cinco de janeiro, quando o Leão dará início à pré-temporada.

Foto: Reprodução/ Correio24h

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