Queiroga muda versão sobre demissão de Luana e diz que infectologista não traria ‘conciliação’

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Política

08 de junho de 2021 às 12h21

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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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Em novo depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, neste terça-feira (8), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga mudou sua versão sobre a saída da infectologista Luana Araújo de sua equipe. Hoje, ele disse que não efetivou a infectologista na recém-criada secretaria de combate à covid-19 porque o nome dela não traria “a conciliação entre os médicos” que ele pretende promover. Já no último depoimento, Queiroga afirmou que o motivo seria falta de “validação política” para a nomeação.

“A doutora Luana não foi nomeada. Isso é uma incumbência, uma atribuição do ministro da Saúde, que tem a discricionariedade técnica para escolher a sua equipe. A despeito dela ser uma pessoa muito qualificada, de ter contribuído aqui conosco, ajudando, por exemplo, no protocolo da testagem, nós entendemos que neste momento o nome dela não seria o melhor nome para promover a conciliação entre os médicos que eu quero promover”, disse o ministro.

A médica foi anunciada para o cargo no início de maio, trabalhou por dez dias no ministério, mas desistiu antes de ser oficialmente nomeada. Luana é defensora da ampla vacinação e contrária ao chamado tratamento precoce contra a covid-19, com o uso de medicamentos como a cloroquina, como é preconizado pelo presidente da República.

No depoimento prestado à CPI, na semana passada, Luana afirmou que “qualquer pessoa”, independente de cargo ou posição social, que defende métodos sem comprovação científica para o tratamento de doenças, tem “responsabilidade sobre o que acontece depois”. A médica também reforçou que a autonomia médica, apesar de fazer parte da prática, “não é licença para experimentação”.

Questionado sobre a declaração anterior de que a falta de convergência política teria impedido a nomeação de Luana, Queiroga disse se referir à política médica e não necessariamente à política partidária. “Nós precisamos arbitrar esse processo com pessoas que tenham uma certa isenção em relação aos temas que são ali discutidos. É óbvio que vivemos no presidencialismo, que o presidente é o chefe do Estado e o chefe da Nação, mas eu tenho a confiança do presidente da República para conduzir essa situação sanitária complexa”, disse.

 

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