A Câmara de Cuiabá aprovou nesta terça-feira (21), em primeiro turno, o projeto que cria o Dia do Orgulho Hétero em Cuiabá. O projeto é de autoria do vereador tenente-coronel Marcos Paccola (Cidadania). Caso a proposta seja aprovada em segundo turno, a data de comemoração será o terceiro domingo de dezembro.
De acordo com o autor, a proposta visa valorizar o “modelo tradicional” da família.
“Nós estamos assistindo um ativismo muito forte. Um ativismo que tenta trazer a obrigatoriedade para que nosso jovem, para que nossas crianças tenham um incentivo ao comportamento bissexual. O que me fez propor essa lei foi uma conversa com meus filhos e sobrinhos. Revelaram-me que na escola para participar de determinados grupos eles tinham que beijar meninos e meninas”, defendeu o edil.
A vereadora Edna Sampaio (PT), única a votar contra o projeto, criticou os parlamentares, alegando que eles pouco conhecem sobre violência contra LGBTQIA+, bem como contra as mulheres.
“O hétero tem todos os dias para eles, é o padrão normativo da nossa sociedade. Agora, para as pessoas LGBTS poderem gostar de si próprias, elas inventaram a luta pelo seu próprio orgulho. Do mesmo modo que é impensável você colocar numa sociedade o dia da pessoa branca. Hora, elas já têm todos os dias do ano e tem privilégios que as pessoas negras não tem. Qual é o orgulho de ser hétero numa sociedade que as pessoas são mortas por não ser hétero, por borrarem os limites entre o homem e a mulher. O problema é sobrevalorizar quem já é valorizado”, destacou a petista.
O projeto obteve 19 votos favoráveis e um contrário.
