Após morte de crianças no oeste da Bahia, obra da Vila dos Coreanos é embargada

Auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência Social embargaram a obra no município de Formosa do Rio Preto, no oeste baiano, onde cinco crianças morreram soterradas no último dia 29 de abril. A inspeção foi realizada a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), que abriu inquérito para apurar as responsabilidades trabalhistas pelo acidente.

A tragédia aconteceu na Fazenda Oásis,  propriedade administrada por coreanos. Segundo o MPT-BA, a obra é de responsabilidade da Cooperativa Agrícola de Formosa do Rio Preto, que prestava serviço à fazenda de produção de alimentos orgânicos.

O isolamento da área e a suspensão dos trabalhos no local do soterramento já haviam sido recomendados pelo MPT na última sexta-feira (6), em audiência realizada com advogados da cooperativa. No relatório da interdição apresentado pelos auditores ao MPT, o local do acidente foi identificado como uma obra para implantação de fossa séptica nas imediações da Vila dos Coreanos, como é conhecida a área residencial da Fazenda Oásis. 

Segundo o MPT-BA, a auditoria-fiscal do trabalho ainda aguarda documentos solicitados para concluir o relatório sobre o acidente, que deverá servir como peça-chave para a investigação.

Com a interdição formal da obra, os responsáveis pelo serviço ficam proibidos de seguir com os trabalhos e deverão providenciar o isolamento completo da área para que não haja mais o risco de alguém entrar no local. Para retomar os trabalhos ou até para desistir de fazer o serviço, será necessário comprovar a contratação de técnico especializado para que fique responsável pelas medidas de segurança na operação da vala.