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Um cons&oacute;rcio das empresas Queiroz Galv&atilde;o e Iesa, suspeito de repassar propinas em contrato de mais de R$ 1 bilh&atilde;o sem licita&ccedil;&atilde;o com a Petrobras, fez pagamentos em 2008 e 2011 no total de R$ 300 mil ao escrit&oacute;rio Rangel Advocacia, que teve o ministro do Supremo Tribunal Federal Jos&eacute; Antonio Dias Toffoli como s&oacute;cio at&eacute; 2007. Desde ent&atilde;o, o escrit&oacute;rio tem como dona a mulher do ministro, a advogada Roberta Rangel.

O contrato do cons&oacute;rcio com a Petrobras &eacute; um dos investigados na&nbsp;&uacute;ltima fase da Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato, a 33&ordf;, intitulada &quot;Resta Um&quot;, e foi executado entre 2007 e 2011. Em depoimento de dela&ccedil;&atilde;o premiada, o ex-gerente de engenharia da Petrobras Pedro Barusco disse que recebeu suborno ligado a esse contrato.

Segundo planilha apresentada por Barusco, o contrato resultou em propina de 2% sobre seu valor inicial, de R$ 627 milh&otilde;es. O suborno teria sido dividido entre o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (1%), o PT (0,5%) e integrantes da diretoria de Servi&ccedil;os da Petrobras (0,5%).

Al&eacute;m disso, a Andrade Gutierrez, tamb&eacute;m acusada no petrol&atilde;o, pagou R$ 50 mil &agrave; Rangel Advocacia em 2006, quando Toffoli ainda pertencia &agrave; banca. Os pagamentos ao escrit&oacute;rio n&atilde;o s&atilde;o alvo de investiga&ccedil;&atilde;o pela Lava Jato, mas poder&atilde;o expor Toffoli a acusa&ccedil;&otilde;es de conflito de interesses caso tenha de tomar decis&otilde;es sobre o cons&oacute;rcio.

A&nbsp;Folha&nbsp;indagou ao ministro se a rela&ccedil;&atilde;o entre as empresas e a banca advocat&iacute;cia poderia levar ao afastamento dele de processos na Opera&ccedil;&atilde;o Lava Jato. Toffoli afirmou que os casos n&atilde;o se enquadram nas hip&oacute;teses legais em que um magistrado deve deixar de atuar em processos por impedimento legal ou nos quais possa ter interesses pessoais.

Em mar&ccedil;o de 2015, Toffoli pediu para ser transferido para a 2&ordf; Turma do STF, colegiado que vai julgar a maioria dos casos da Lava Jato. No m&ecirc;s seguinte, ele participou do julgamento que libertou executivos de empreiteiras e converteu a deten&ccedil;&atilde;o deles em pris&atilde;o domiciliar com tornozeleiras. Entre os beneficiados estava Ricardo Pessoa, da construtora UTC.

Junto com os ministros Gilmar Mendes e Teori Zavascki, Toffoli votou pelo fim do regime fechado. Essa decis&atilde;o ainda n&atilde;o beneficiou diretamente executivos da Queiroz Galv&atilde;o, Iesa e Andrade Gutierrez, mas pode servir como precedente em casos futuros.

(Folha de S.Paulo &ndash; Fl&aacute;vio Ferreira e Bela Megale) (AF)

Resultados para "Tofolli"

Escritório da mulher de Toffoli recebeu da Lava Jato

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