<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/124061,andou-errado-e-pisou-na-bola-alexandre-pires-e-alvo-da-pf-em-operacao-contra-garimpo-ilegal-entenda">O cantor Alexandre Pires </a>teria se trancado por horas em um banheiro do navio em que estava na &uacute;ltima segunda-feira (4), ap&oacute;s chegada de policiais federais que atuavam na &#39;Opera&ccedil;&atilde;o Disco de Ouro&#39; que investiga o artista por suspeita de&nbsp;integrar um esquema de garimpo ilegal em<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami">&nbsp;Terras Ind&iacute;genas Yanomami (TIY)</a>.

A&nbsp;informa&ccedil;&atilde;o &eacute;&nbsp;do jornal O Globo, que revela ainda que o cantor teve o celular apreendido.

A defesa&nbsp;do cantor <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/124061,andou-errado-e-pisou-na-bola-alexandre-pires-e-alvo-da-pf-em-operacao-contra-garimpo-ilegal-entenda">Alexandre Pires o defendeu&nbsp;a respeito das den&uacute;ncias de&nbsp;envolvimento em um esquema de garimpo ilegal em Terras Ind&iacute;genas Yanomami.</a> Ele foi um dos alvos de uma opera&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;cia Federal deflagrada na segunda-feira (4).

&ldquo;Destacamos que o referido cantor e compositor &eacute; uma das mais importantes refer&ecirc;ncias da m&uacute;sica brasileira, sendo possuidor de uma longa e impec&aacute;vel carreira art&iacute;stica. Alexandre Pires foi tomado de surpresa diante da recente opera&ccedil;&atilde;o da Pol&iacute;cia Federal que indevidamente envolveu seu nome&rdquo;, disse o criminalista Luiz Fl&aacute;vio Borges, advogado do artista, em nota enviada &agrave; imprensa.

De acordo com o profissional, as investiga&ccedil;&otilde;es ir&atilde;o mostrar que Alexandre n&atilde;o tem envolvimento com a situa&ccedil;&atilde;o.

&ldquo;Por fim, salientamos que o cantor e compositor Alexandre Pires jamais cometeu qualquer il&iacute;cito, o que ser&aacute; devidamente demonstrado no decorrer das investiga&ccedil;&otilde;es, reiterando sua confian&ccedil;a na Justi&ccedil;a brasileira&rdquo;, concluiu o comunicado.

<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/alexandre%20pires">Alexandre Pires</a> est&aacute; sendo investigado pela &#39;Opera&ccedil;&atilde;o Disco de Ouro&#39; da <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/polica%20federal">Pol&iacute;cia Federal</a> por suspeita de&nbsp;integrar um esquema de garimpo ilegal em<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami"> Terras Ind&iacute;genas Yanomami (TIY)</a>. A suspeita &eacute; de que o grupo investigado tenha&nbsp;movimentado R$250 milh&otilde;es.

A opera&ccedil;&atilde;o foi deflagrada na segunda-feira (4) e tem o objetivo de desarticular um esquema de financiamento e log&iacute;stica do garimpo ilegal.

Na data, os agentes&nbsp;cumpriram mandado de busca e apreens&atilde;o contra o cantor, no momento em que trabalhava em um cruzeiro na cidade de&nbsp;Santos (SP). De acordo com o inqu&eacute;rito, Pires teria recebido pelo menos R$1 milh&atilde;o da mineradora.

A&nbsp;PF afirma que o esquema seria voltado para a lavagem&nbsp;de cassiterita retirada ilegalmente da terra ind&iacute;gena, no qual o min&eacute;rio seria declarado como origin&aacute;rio de um garimpo regular no Rio Tapaj&oacute;s, em Itaituba (PA)&nbsp;e transportado para Roraima para tratamento.

At&eacute; o momento, o artista e a assessoria n&atilde;o se pronunciaram.

Agentes da <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/policiafederal" target="_blank">Pol&iacute;cia Federal</a> (PF) estiveram neste domingo (30) na Terra Ind&iacute;gena <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">Yanomami</a> para apurar o&nbsp;ataque &agrave; comunidade ind&iacute;gena Uxi&uacute;. Segundo lideran&ccedil;as ind&iacute;genas, tr&ecirc;s yanomamis foram baleados na tarde deste s&aacute;bado (29). Uma das v&iacute;timas, um agente de sa&uacute;de que atuava na comunidade, morreu no local. As outras duas v&iacute;timas foram socorridas no posto de sa&uacute;de que funciona na pr&oacute;pria reserva e, posteriormente, transferidas para o Hospital Geral de Roraima, onde est&atilde;o internadas.

Em nota divulgada esta tarde, a Superintend&ecirc;ncia da PF em <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/roraima" target="_blank">Roraima</a> informa que tomou conhecimento no in&iacute;cio da noite de ontem que garimpeiros teriam atacado a comunidade ind&iacute;gena. J&aacute; na madrugada de hoje, duas equipes do &oacute;rg&atilde;o foram deslocados para o local, com o apoio da Funda&ccedil;&atilde;o Nacional dos Povos Ind&iacute;genas (Funai) e da Aeron&aacute;utica. O objetivo, segundo a PF, era n&atilde;o s&oacute; come&ccedil;ar a investigar o que aconteceu, como tamb&eacute;m &ldquo;interromper eventuais agress&otilde;es que ainda estivessem em andamento&rdquo;.

Ainda segundo a PF, os agentes periciaram o local e ouviram o depoimento preliminar de testemunhas. &ldquo;Outras dilig&ecirc;ncias seguem em andamento para identificar, localizar e prender os autores dos crimes cometidos contra os ind&iacute;genas&rdquo;, garante o &oacute;rg&atilde;o, na nota em que menciona que os invasores da terra yanomami e os ind&iacute;genas chegaram a trocar tiros.

Nas m&iacute;dias sociais, o presidente do Conselho Distrital de Sa&uacute;de Ind&iacute;gena (Condisi) Yanomami, J&uacute;nior Hekurari, denunciou que a comunidade Uxi&uacute; foi atacada por garimpeiros armados que &ldquo;alvejaram&rdquo; os tr&ecirc;s ind&iacute;genas.

A ministra dos Povos Ind&iacute;genas, Sonia Guajajara, tamb&eacute;m usou suas contas nas redes sociais para anunciar que uma comitiva interministerial vai a Roraima para &ldquo;refor&ccedil;ar ainda mais as a&ccedil;&otilde;es de desintrus&atilde;o [retirada de n&atilde;o-ind&iacute;genas] dos criminosos&rdquo; da &aacute;rea yanomami que, segundo ela, foram atacados a tiros. &ldquo;Solicitamos refor&ccedil;o do Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a para investiga&ccedil;&atilde;o da PF sobre este caso&rdquo;.

<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/stf" target="_blank">O plen&aacute;rio do Supremo Tribunal Federal (STF) </a>formou maioria hoje (29) por manter liminar (decis&atilde;o provis&oacute;ria) do ministro Gilmar Mendes que suspendeu a chamada presun&ccedil;&atilde;o da boa-f&eacute; do ouro, em que a legalidade do metal &eacute; presumida pelo comprador com base somente em informa&ccedil;&otilde;es fornecidas pelo vendedor.

Pelo voto da maioria, fica mantida tamb&eacute;m a determina&ccedil;&atilde;o para que o governo federal adote em 90 dias um novo marco normativo para a fiscaliza&ccedil;&atilde;o do com&eacute;rcio do ouro, &ldquo;especialmente quanto &agrave; verifica&ccedil;&atilde;o da origem legal&rdquo; do metal, diz a decis&atilde;o.

Mendes &eacute; relator de ao menos tr&ecirc;s a&ccedil;&otilde;es sobre o assunto, abertas por PV, Rede Sustentabilidade e PSB, que foram abertas ap&oacute;s a repercuss&atilde;o da crise humanit&aacute;ria provocada pela invas&atilde;o de<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank"> garimpeiros na Terra Ind&iacute;gena Yanomami.</a>

Nas a&ccedil;&otilde;es, os partidos alegaram que a boa-f&eacute; do ouro, ao retirar a responsabilidade de comprador&nbsp;e vendedor de comprovarem a legalidade do metal, incentiva o com&eacute;rcio ilegal e a fiscaliza&ccedil;&atilde;o, o que favorece a degrada&ccedil;&atilde;o ambiental e social dos locais de explora&ccedil;&atilde;o.

Urg&ecirc;ncia

Gilmar Mendes concordou com os argumentos e justificou a urg&ecirc;ncia da liminar (decis&atilde;o provis&oacute;ria) ante os danos ambientais e humanit&aacute;rios e o aumento da criminalidade generalizada provocados pelo garimpo ilegal.

&ldquo;&Eacute; preciso que esse cons&oacute;rcio esp&uacute;rio, formado entre garimpo ilegal e organiza&ccedil;&otilde;es criminosas, seja o quanto antes paralisado. O provimento de medida cautelar, pelo Supremo Tribunal Federal, &eacute; o meio adequado e necess&aacute;rio para tanto&rdquo;, escreveu o ministro.

At&eacute; o momento, a liminar do relator foi referendada pelos ministros C&aacute;rmen L&uacute;cia, Edson Fachin, Dias Toffoli, Rosa Weber e Alexandre de Moraes. Os demais ainda n&atilde;o votaram. O caso &eacute; julgado no plen&aacute;rio virtual, em os votos s&atilde;o depositados eletronicamente, sem delibera&ccedil;&atilde;o presencial.

A sess&atilde;o de julgamentos est&aacute; prevista para durar at&eacute; a pr&oacute;xima ter&ccedil;a-feira (5). A decis&atilde;o da maioria deve prevalecer caso n&atilde;o haja pedido de vista (mais tempo de an&aacute;lise) ou de destaque, que &eacute; a remessa do tema para an&aacute;lise presencial, com rein&iacute;cio da vota&ccedil;&atilde;o.

Ap&oacute;s a decis&atilde;o de Gilmar Mendes, o governo iniciou a reda&ccedil;&atilde;o de uma Medida Provis&oacute;ria para modificar o marco legal da explora&ccedil;&atilde;o de ouro no pa&iacute;s. O trabalho foi&nbsp;conclu&iacute;do nesta semana&nbsp;e a chamada MP do Ouro j&aacute; foi assinada pelo ministro da Justi&ccedil;a e Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, Fl&aacute;vio Dino.

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/ibge" target="_blank">IBGE</a>) informou nesta segunda-feira (3) que o Censo Demogr&aacute;fico j&aacute; registra 1.652.876 pessoas ind&iacute;genas em todo o pa&iacute;s, incluindo a coleta conclu&iacute;da na Terra Ind&iacute;gena Yanomami, dividida entre os estados de Roraima e Amazonas.

Na TI <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">Yanomami</a>, foram recenseadas 27.144 pessoas ind&iacute;genas, sendo 16.864 em Roraima e 10.280 no Amazonas. Desse total, 5.600 ind&iacute;genas foram recenseados em &aacute;reas mais remotas, com apoio de agentes e helic&oacute;pteros da Pol&iacute;cia Rodovi&aacute;ria Federal (PRF).

O IBGE destacou que o n&uacute;mero de 1.652.876 pessoas ind&iacute;genas registrado at&eacute; o momento no pa&iacute;s &eacute; preliminar. Ele deve passar por tratamento estat&iacute;stico posterior &agrave; coleta de dados e, com isso, dever&aacute; aumentar at&eacute; a divulga&ccedil;&atilde;o dos primeiros resultados definitivos, prevista para a primeira semana de maio.

A opera&ccedil;&atilde;o envolveu institui&ccedil;&otilde;es dos minist&eacute;rios da Justi&ccedil;a e Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, da Defesa, dos Povos Ind&iacute;genas e da Sa&uacute;de, al&eacute;m do Minist&eacute;rio do Planejamento e Or&ccedil;amento, respons&aacute;vel pela coordena&ccedil;&atilde;o dos trabalhos, e contou, ainda, com o apoio do governo de Roraima.

A Opera&ccedil;&atilde;o Liberta&ccedil;&atilde;o, deflagrada pela Pol&iacute;cia Federal em conjunto com o Ibama, For&ccedil;as Armadas, For&ccedil;a Nacional de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, Funai e PRF, completou um m&ecirc;s de atua&ccedil;&atilde;o na Reserva Yanomami na &uacute;ltima sexta-feira (10).

Em 30 dias de opera&ccedil;&atilde;o, foram inutilizadas ou apreendidas 27 toneladas de cassiterita, 11,4 mil litros de combust&iacute;veis, 84 balsas e embarca&ccedil;&otilde;es, duas aeronaves, 200 acampamentos, 172 motores e geradores de energia, equipamentos como maquin&aacute;rios para extra&ccedil;&atilde;o de min&eacute;rios, motosserra, merc&uacute;rio, modens de internet via sat&eacute;lite, celulares, uma tonelada de alimentos, al&eacute;m de armas e muni&ccedil;&otilde;es.

Paralelamente &agrave;s a&ccedil;&otilde;es ostensivas na Reserva Yanomami, foram deflagradas pela Superintend&ecirc;ncia Regional da Pol&iacute;cia Federal em Roraima, as opera&ccedil;&otilde;es Nau dos Quintos, Avis Aurea e BAL, al&eacute;m de tramitarem mais de 40 procedimentos investigativos relacionados ao garimpo ilegal na regi&atilde;o, que j&aacute; resultaram no bloqueio judicial de R$ 65 milh&otilde;es.

O Diretor de Meio Ambiente e Amaz&ocirc;nia da Pol&iacute;cia Federal, Humberto Freire, destaca que esta opera&ccedil;&atilde;o marca o in&iacute;cio da atua&ccedil;&atilde;o da DAMAZ, cuja cria&ccedil;&atilde;o evidencia uma das prioridades da Pol&iacute;cia Federal e do estado brasileiro: &ldquo;Estamos atentos &agrave;s expectativas que a sociedade brasileira e o mundo t&ecirc;m em rela&ccedil;&atilde;o aos temas relacionados &agrave; Amaz&ocirc;nia e ao meio ambiente de maneira geral, e atuaremos de forma a garantir os direitos das popula&ccedil;&otilde;es afetadas, enfrentando a criminalidade organizada com o objetivo de alcan&ccedil;armos todos os elos da cadeia criminosa da minera&ccedil;&atilde;o ilegal&rdquo;.

As a&ccedil;&otilde;es de planejamento e coordena&ccedil;&atilde;o est&atilde;o sendo realizadas no Centro de Comando e Controle da Opera&ccedil;&atilde;o Liberta&ccedil;&atilde;o, estruturado na Superintend&ecirc;ncia Regional da Pol&iacute;cia Federal em Roraima, para permitir a atua&ccedil;&atilde;o e a tomada de decis&otilde;es, de maneira integrada, dos &oacute;rg&atilde;os envolvidos na a&ccedil;&atilde;o.

O espa&ccedil;o a&eacute;reo do Territ&oacute;rio Ind&iacute;gena <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">Yanomami</a>, em Roraima, ser&aacute; fechado novamente em 6 de abril e n&atilde;o mais em 6 de maio, como a For&ccedil;a A&eacute;rea Brasileira (FAB) havia informado num primeiro momento. A decis&atilde;o foi tomada durante reuni&atilde;o entre os minist&eacute;rios da Justi&ccedil;a e Seguran&ccedil;a P&uacute;blica e da Defesa, nesta quinta-feira (23).

&quot;&Eacute; importante para desestimular a quest&atilde;o do garimpo. Evidentemente que, nesses &uacute;ltimos dias, tem acontecido um, dois voos, no m&aacute;ximo. Ent&atilde;o, n&oacute;s vamos dar mais esse prazo para, a partir do dia 6 de abril, fechar completamente&quot;, disse o ministro da Defesa, Jos&eacute; M&uacute;cio Monteiro.

O ministro da Justi&ccedil;a e Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, Fl&aacute;vio Dino, avaliou que houve uma redu&ccedil;&atilde;o significativa do garimpo ilegal na regi&atilde;o, com voos encabe&ccedil;ados por garimpeiros sendo reduzidos a praticamente zero, em alguns casos.

&quot;Como h&aacute; ainda duas ou tr&ecirc;s &aacute;reas em que as pessoas est&atilde;o insistindo [em ficar], nessa nova fase vai haver o fechamento do corredor, no que se refere ao tr&aacute;fego a&eacute;reo. E n&oacute;s vamos agora, j&aacute; na pr&oacute;xima semana, intensificar pris&otilde;es das pessoas que est&atilde;o, infelizmente, descumprindo a lei e fazendo garimpo no territ&oacute;rio yanomami&quot;, disse.

Os ministros tamb&eacute;m anunciaram que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE) vai realizar uma esp&eacute;cie de censo no territ&oacute;rio yanomami para identificar e coletar dados.

A volta &agrave;s aldeias de pacientes yanomami que receberam alta m&eacute;dica em Boa Vista esbarra em restri&ccedil;&otilde;es de capacidade log&iacute;stica. Alguns pacientes esperam, na capital de Roraima, at&eacute; 15 dias para poder voltar &agrave;s suas aldeias.

Os yanomami s&atilde;o atendidos em unidades da sa&uacute;de da capital e no hospital de campanha montado para atender &agrave; emerg&ecirc;ncia humanit&aacute;ria. Depois de receberem alta, ficam hospedados na Casa de Apoio &agrave; Sa&uacute;de Ind&iacute;gena (Casai), localizado na regi&atilde;o norte de Boa Vista (ao lado do hospital de campanha), aguardando retorno &agrave; terra ind&iacute;gena.

Segundo Hernane Guimar&atilde;es, coordenador regional do Centro de Opera&ccedil;&otilde;es de Emerg&ecirc;ncia (COE) Yanomami do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, desde o in&iacute;cio da situa&ccedil;&atilde;o humanit&aacute;ria, o n&uacute;mero de pacientes ind&iacute;genas que chegam a Boa Vista aumentou muito.

Com isso, cresceu tamb&eacute;m a quantidade daqueles que recebem alta e ficam na Casai aguardando o retorno. De acordo com ele, o n&uacute;mero de yanomami nessa situa&ccedil;&atilde;o varia de 40 a 70 a cada dia. No boletim da &uacute;ltima quarta-feira (15), por exemplo, havia 62.

&ldquo;A gente tem, por dia, em m&eacute;dia de dez a 15 pacientes saindo da Casai. O paciente que est&aacute; h&aacute; mais tempo de alta na Casai tem 15 dias. Hoje 10% dos pacientes que est&atilde;o acomodados na Casai est&atilde;o de alta&rdquo;, afirmou.

Guimar&atilde;es conta que h&aacute; dois problemas log&iacute;sticos que atrapalham o processo de retorno: a quantidade de avi&otilde;es dispon&iacute;veis para o trabalho e as condi&ccedil;&otilde;es das pistas da terra ind&iacute;gena, que s&oacute; permitem o pouso de aeronaves de pequeno porte.

&ldquo;Na grande maioria [dos locais na terra ind&iacute;gena] para onde os avi&otilde;es v&atilde;o, eles s&oacute; pousam com quatro pessoas. Se s&atilde;o 60 ind&iacute;genas, precisaria de uns 15 avi&otilde;es, mais ou menos, pra fazer isso [o retorno dos pacientes]. E a hora que a gente destina 15 avi&otilde;es pra fazer isso, deixa de trocar a equipe de &aacute;rea [que trabalha nos postos de sa&uacute;de na terra yanomami]&rdquo;, afirmou, em entrevista &agrave; reportagem da Empresa Brasil de Comunica&ccedil;&atilde;o (EBC).

Segundo ele, se as pistas tivessem condi&ccedil;&otilde;es melhores, avi&otilde;es de porte maior, como aqueles do Ex&eacute;rcito, poderiam ajudar nesse trabalho. &ldquo;Se tiv&eacute;ssemos mais aporte [de aeronaves] e as pistas estivessem em condi&ccedil;&otilde;es de pousar avi&otilde;es maiores, para poder levar esses pacientes em maior quantidade, isso daria uma diminui&ccedil;&atilde;o [da fila de espera para retorno]&rdquo;.

Catorze crian&ccedil;as <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami">yanomami </a>diagnosticadas com desnutri&ccedil;&atilde;o grave e que est&atilde;o sendo acompanhadas pela Casa de Apoio &agrave; Sa&uacute;de Ind&iacute;gena (Casai) de Boa Vista ganharam peso e evolu&iacute;ram para quadros moderados. O n&uacute;mero representa 78% de um total de 19 crian&ccedil;as da etnia, com idade entre 6 meses e 5 anos, monitoradas por equipes de sa&uacute;de em raz&atilde;o de desnutri&ccedil;&atilde;o grave.

&ldquo;Mesmo sendo apenas uma amostra da popula&ccedil;&atilde;o total de crian&ccedil;as desnutridas, &eacute; sinal de que o empenho das equipes e as estrat&eacute;gias adotadas at&eacute; aqui funcionam e podem ser replicadas&rdquo;, avaliou o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de.

O tratamento utiliza protocolos e diretrizes &agrave; base de f&oacute;rmula. A pasta destacou que a ades&atilde;o &eacute; um desafio, j&aacute; que o uso desse tipo de alimento n&atilde;o faz parte da cultura yanomami. Equipes fizeram uma esp&eacute;cie de busca ativa dentro da Casai para que as f&oacute;rmulas fossem administradas adequadamente e nos intervalos definidos &ndash; algumas de tr&ecirc;s em tr&ecirc;s horas e outras de quatro em quatro horas.

Os pr&oacute;ximos passos, segundo o minist&eacute;rio, s&atilde;o a amplia&ccedil;&atilde;o progressiva do tratamento para crian&ccedil;as com quadros parecidos na pr&oacute;pria Casai e adapta&ccedil;&otilde;es nos polos base, evitando remo&ccedil;&otilde;es de crian&ccedil;as e permitindo que elas sejam atendidas dentro do territ&oacute;rio yanomami.

&ldquo;Isso vai ocorrer de maneira gradual conforme sejam ampliados os quantitativos de profissionais, bem como sua qualifica&ccedil;&atilde;o, e deve ser pactuado no &acirc;mbito do COE [Centro de Opera&ccedil;&otilde;es de Emerg&ecirc;ncia em Sa&uacute;de P&uacute;blica] Yanomami para as pr&oacute;ximas semanas. Os quadros grav&iacute;ssimos seguem sendo atendidos nos hospitais de refer&ecirc;ncia da regi&atilde;o.&rdquo;

Cerca de 20 mil doses bivalentes contra a covid-19 ser&atilde;o enviadas nos pr&oacute;ximos dias &agrave; Terra Ind&iacute;gena Yanomami. Segundo o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, a imuniza&ccedil;&atilde;o dessa popula&ccedil;&atilde;o estava prevista para come&ccedil;ar em 27 de fevereiro, mas foi antecipada em raz&atilde;o do que a pasta descreveu como &quot;grave crise sanit&aacute;ria e humanit&aacute;ria encontrada no territ&oacute;rio&quot;.

For&ccedil;a Nacional

A a&ccedil;&atilde;o ser&aacute; operacionalizada junto &agrave; Secretaria de Sa&uacute;de de Roraima, com o apoio de profissionais da For&ccedil;a Nacional do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS) que j&aacute; est&atilde;o na regi&atilde;o.

Al&eacute;m das vacinas contra a covid-19, outros imunizantes do Calend&aacute;rio Nacional de Vacina&ccedil;&atilde;o, segundo o minist&eacute;rio, tamb&eacute;m ser&atilde;o entregues para atualizar a imuniza&ccedil;&atilde;o do povo yanomami.

Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov&aacute;veis (Ibama) iniciaram a&ccedil;&otilde;es de fiscaliza&ccedil;&atilde;o, com apoio da Funda&ccedil;&atilde;o Nacional dos Povos Ind&iacute;genas (Funai) e da For&ccedil;a Nacional de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, para proteger ind&iacute;genas e combater o garimpo ilegal no territ&oacute;rio Yanomami, em Roraima.&nbsp;

At&eacute; o in&iacute;cio da noite de ter&ccedil;a-feira (7/2) um helic&oacute;ptero, um avi&atilde;o, um trator de esteira e estruturas de apoio log&iacute;stico ao garimpo haviam sido destru&iacute;dos. Tamb&eacute;m foram apreendidas duas armas e tr&ecirc;s barcos com cerca de 5 mil litros de combust&iacute;vel.

Ibama e For&ccedil;a Nacional instalaram uma base de controle no rio Uraricoera para impedir o fluxo de suprimentos para os garimpos. Al&eacute;m de gasolina e diesel, as &quot;voadeiras&quot; de 12 metros carregavam cerca de uma tonelada de alimentos, freezers, geradores e antenas de internet. Todos os suprimentos foram apreendidos e ser&atilde;o usados para abastecer a base de controle. Nenhuma embarca&ccedil;&atilde;o com carregamento de combust&iacute;vel e equipamentos ser&aacute; autorizada a seguir daquele ponto de bloqueio em dire&ccedil;&atilde;o aos garimpos.

A instala&ccedil;&atilde;o de bases de controle ser&aacute; estendida para outras &aacute;reas da terra ind&iacute;gena. A estrutura log&iacute;stica &eacute; fornecida pela Funai, e o apoio dos ind&iacute;genas nesta fase &eacute; fundamental. A a&ccedil;&atilde;o a&eacute;rea &eacute; realizada pelo Grupo Especializado de Fiscaliza&ccedil;&atilde;o (GEF) do Ibama, que monitora pistas de pouso clandestinas na regi&atilde;o. Sobrevoos para identificar e destruir a infraestrutura do garimpo, como avi&otilde;es, helic&oacute;pteros, motores e instala&ccedil;&otilde;es ser&atilde;o mantidos. O trator destru&iacute;do era usado para abrir &quot;ramais&quot; na floresta.

O avan&ccedil;o do garimpo, estimulado pelo &uacute;ltimo governo, resultou em uma crise humanit&aacute;ria na terra ind&iacute;gena. A Pol&iacute;cia Federal investiga o crime de genoc&iacute;dio contra os Yanomami. O Ibama tamb&eacute;m fiscaliza distribuidoras e revendedoras respons&aacute;veis pelo com&eacute;rcio irregular de combust&iacute;vel de avia&ccedil;&atilde;o que abastece os garimpos.

O objetivo principal da opera&ccedil;&atilde;o &eacute; inviabilizar linhas de suprimento e rotas que abastecem e escoam a produ&ccedil;&atilde;o do garimpo, al&eacute;m de garantir a perman&ecirc;ncia das equipes de fiscaliza&ccedil;&atilde;o por prazo indeterminado. As a&ccedil;&otilde;es foram acompanhadas pela Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, da Advocacia-Geral da Uni&atilde;o (AGU).

Defensores da garimpagem no Brasil pedem a ajuda ao governo brasileiro para que dezenas de milhares de garimpeiros deixem a Terra Ind&iacute;gena (TI) <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">Yanomami</a>, que abrange parte dos estados de Roraima e do Amazonas.

Muitos garimpeiros come&ccedil;aram a deixar a &aacute;rea logo ap&oacute;s o governo federal anunciar que a retirada dos n&atilde;o ind&iacute;genas da reserva yanomami &eacute; uma prioridade e que, se necess&aacute;rio, empregaria as for&ccedil;as de seguran&ccedil;a do estado para cumprir o chamado processo de desintrus&atilde;o.

Os pr&oacute;prios representantes do governo federal, como a ministra dos Povos Ind&iacute;genas, Sonia Guajajara, e o ministro da Justi&ccedil;a e Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, Fl&aacute;vio Dino, j&aacute; confirmaram ter informa&ccedil;&otilde;es de &oacute;rg&atilde;os de intelig&ecirc;ncia sobre a mobiliza&ccedil;&atilde;o de garimpeiros para deixar a &aacute;rea.

Hoje o ministro da Justi&ccedil;a anunciou que o governo federal iniciar&aacute;, nesta semana, a segunda fase do plano de a&ccedil;&atilde;o na terra ind&iacute;gena, passando da fase de assist&ecirc;ncia humanit&aacute;ria para a fase policial, de car&aacute;ter coercitivo contra garimpeiros e, principalmente, contra os financiadores da atividade mineral ilegal em &aacute;reas de prote&ccedil;&atilde;o.

 
Representantes dos garimpeiros alegam, no entanto, que algumas das medidas que o governo federal colocou em pr&aacute;tica para for&ccedil;ar a sa&iacute;da deles da &aacute;rea &ndash; como o controle do espa&ccedil;o a&eacute;reo e a proibi&ccedil;&atilde;o de ingresso de n&atilde;o ind&iacute;genas na TI &ndash; dificultaram a movimenta&ccedil;&atilde;o no interior da maior terra ind&iacute;gena do pa&iacute;s, com cerca de 9,6 milh&otilde;es de hectares (cada hectare corresponde &agrave;s medidas aproximadas de um campo de futebol oficial).

&ldquo;A lei tem que ser cumprida. N&atilde;o vamos discutir isso, mas precisamos que o governo federal ajude os trabalhadores em algumas quest&otilde;es&rdquo;, declarou &agrave; Ag&ecirc;ncia Brasil o coordenador de articula&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica do Movimento Garimpo &eacute; Legal, Jailson Mesquita.

De acordo com Mesquita, devido &agrave;s proibi&ccedil;&otilde;es que o governo federal imp&ocirc;s ao longo das &uacute;ltimas duas semanas, garimpeiros que se encontram em &aacute;reas remotas para onde foram levados de avi&atilde;o ou em barcos j&aacute; n&atilde;o conseguem encontrar transporte para retornar aos centros urbanos.

Ainda segundo Mesquita, muitos destes garimpeiros est&atilde;o se reunindo em grupos para se aventurar a deixar a TI a p&eacute;, pela floresta amaz&ocirc;nica, o que, em alguns casos, pode durar mais de 20 dias.

&ldquo;Isso &eacute; uma trag&eacute;dia anunciada, o prov&aacute;vel come&ccedil;o de uma nova crise humanit&aacute;ria. Estamos falando de trabalhadores. H&aacute; pessoas j&aacute; n&atilde;o s&atilde;o t&atilde;o jovens, com mais de 40 anos, mais de 50 anos; mulheres e muitas pessoas que nunca fizeram uma caminhada como esta. Fora que h&aacute; o risco destes grupos se encontrarem com grupos ind&iacute;genas e, disso, resultar em um confronto, com garimpeiros e &iacute;ndios se matando mutuamente&rdquo;, acrescentou Mesquita.

Embora n&atilde;o tenham se reunido com nenhum representante do Poder Executivo federal, os representantes dos garimpeiros entregaram a parlamentares de Roraima e ao governo estadual uma lista de a&ccedil;&otilde;es que esperam que o Poder P&uacute;blico execute a fim de facilitar a sa&iacute;da dos garimpeiros da &aacute;rea.

O ministro da Justi&ccedil;a e Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, Fl&aacute;vio Dino, disse hoje (6) que o governo iniciar&aacute; nesta semana a transi&ccedil;&atilde;o da fase de assist&ecirc;ncia humanit&aacute;ria e fechamento do espa&ccedil;o a&eacute;reo na Terra Ind&iacute;gena <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">Yanomami </a>em Roraima, para a fase policial, de car&aacute;ter coercitivo contra garimpeiros e financiadores da atividade mineral. Segundo Dino, a expectativa &eacute; que, at&eacute; o fim desta semana, 80% das 15 mil pessoas envolvidas com garimpo ilegal na regi&atilde;o j&aacute; tenham deixado o local.

Nessa etapa, a pedido do Minist&eacute;rio dos Povos Origin&aacute;rios, a prioridade ser&aacute; a manuten&ccedil;&atilde;o da seguran&ccedil;a das equipes nos postos da Funda&ccedil;&atilde;o Funda&ccedil;&atilde;o Nacional dos Povos Ind&iacute;genas (Funai) e nos centros de sa&uacute;de que prestam assist&ecirc;ncia aos ind&iacute;genas.

&ldquo;Determinei hoje o deslocamento de mais 100 integrantes da For&ccedil;a Nacional que estar&atilde;o, entre hoje e amanh&atilde;, chegando ao estado de Roraima para, com isso, fortalecer especialmente a seguran&ccedil;a das bases da Funai e tamb&eacute;m dos postos de sa&uacute;de. A miss&atilde;o primeira da For&ccedil;a Nacional em territ&oacute;rio Yanomami ser&aacute; esta&rdquo;, adiantou.

No total, 500 homens da For&ccedil;a Nacional de Seguran&ccedil;a ser&atilde;o enviados ao estado nesta etapa da opera&ccedil;&atilde;o.

Desintrus&atilde;o -&nbsp;Dino informou que as Pol&iacute;cias Federal e Rodovi&aacute;ria Federal, com o apoio log&iacute;stico das For&ccedil;as Armadas, dar&atilde;o in&iacute;cio &agrave;s a&ccedil;&otilde;es de afastamento compuls&oacute;rio de quem ainda n&atilde;o tiver sa&iacute;do da Terra Yanomami nesse per&iacute;odo. Segundo o ministro, come&ccedil;ar&atilde;o a ser destru&iacute;dos os equipamentos de garimpeiros, para que n&atilde;o voltem a ser utilizados em atividades ilegais e eliminadas as pistas clandestinas. Al&eacute;m disso, poder&atilde;o ser presas em flagrante pessoas que ainda estejam na regi&atilde;o.

&ldquo;&Eacute; evidente que esse planejamento policial &eacute; din&acirc;mico, acontece dia a dia. O que eu posso afirmar &eacute; que as a&ccedil;&otilde;es policias ir&atilde;o come&ccedil;ar nesta semana&rdquo;, afirmou o ministro.

Sobre a sa&iacute;da de garimpeiros do territ&oacute;rio ind&iacute;gena, o ministro da Justi&ccedil;a disse ainda que o governo n&atilde;o dar&aacute; nenhum tipo de apoio para isso. Os garimpeiros alegam dificuldade para sair da regi&atilde;o desde que a Aeron&aacute;utica passou a controlar o espa&ccedil;o a&eacute;reo e proibir que aeronaves usadas na atividade criminosa sobrevoassem o territ&oacute;rio.

&quot;Claro que estamos neste momento permitindo que essas pessoas saiam pelos seus pr&oacute;prios meios, mas n&atilde;o haver&aacute; apoio do governo federal para essa retirada, porque consideramos que h&aacute; incompatibilidade entre a natureza criminosa da atividade com o eventual apoio [do governo federal]&quot;, disse Dino. Sobre a quest&atilde;o social, o ministro acrescentou que o governador de Roraima, Antonio Denarium, est&aacute; em Bras&iacute;lia e deve tratar do assuntos com os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Wellington Dias, do Desenvolvimento Social.

<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/garimpeiros" target="_blank">Tr&ecirc;s jovens ind&iacute;genas yanomami foram assassinados por garimpeiros</a>, na regi&atilde;o do Homoxi, na <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">Terra Ind&iacute;gena Yanomami</a>, em Roraima. A informa&ccedil;&atilde;o foi divulgada neste domingo (5) por J&uacute;nior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Sa&uacute;de Ind&iacute;gena <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">Yanomami </a>e Ye&#39;Kuana (Codisi-YY), uma das principais lideran&ccedil;as da regi&atilde;o de Surucucu, no extremo oeste do estado e pr&oacute;xima &agrave; fronteira com a Venezuela. Segundo o relato, eles foram atingidos por disparos de arma de fogo.

Ainda n&atilde;o h&aacute; informa&ccedil;&otilde;es sobre o resgate dos corpos. A reportagem da Ag&ecirc;ncia Brasil entrou em contato com a Pol&iacute;cia Federal (PF) para obter informa&ccedil;&otilde;es sobre o caso, mas ainda n&atilde;o obteve retorno.

A ministra dos<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/indigenas" target="_blank"> Povos Ind&iacute;genas</a>, Sonia Guajajara, passou uma noite no polo base de Surucucu, neste domingo, para ver de perto a situa&ccedil;&atilde;o dos yanomami. Ela tamb&eacute;m fez um sobrevoo por diversos pontos de explora&ccedil;&atilde;o ilegal de min&eacute;rios no territ&oacute;rio. &nbsp;&nbsp;

Afetados pela presen&ccedil;a do garimpo ilegal em suas <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/indigenas" target="_blank">terras </a>h&aacute; anos, os ind&iacute;genas yanomami t&ecirc;m sofrido com casos de desnutri&ccedil;&atilde;o, doen&ccedil;as como mal&aacute;ria e pneumonia, al&eacute;m de viol&ecirc;ncia, incluindo epis&oacute;dios de agress&otilde;es e assassinatos. A situa&ccedil;&atilde;o se agravou nos &uacute;ltimos quatro anos.&nbsp;

Tamb&eacute;m nesse domingo, foi registrada a morte de mais uma crian&ccedil;a ind&iacute;gena, v&iacute;tima de desnutri&ccedil;&atilde;o grave e desidrata&ccedil;&atilde;o. Equipes m&eacute;dicas chegaram a pedir sua remo&ccedil;&atilde;o para Boa Visa, mas o mau tempo na regi&atilde;o impediu a decolagem da aeronave.

Setores de intelig&ecirc;ncia do governo federal e o movimento ind&iacute;gena identificaram a fuga de <a href="https://portalsalvadorfm.com.br/noticias/111371,governador-anuncia-instalacao-de-abrigo-para-povo-yanomami-em-roraima" target="_blank">garimpeiros</a> da Terra Ind&iacute;gena <a href="https://portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">Yanomami</a>, em Roraima. A informa&ccedil;&atilde;o &eacute; da ministra dos Povos Ind&iacute;genas, Sonia Guajajara, que desembarcou no estado, neste s&aacute;bado (4), para acompanhar as a&ccedil;&otilde;es interministeriais que tentam conter a crise humanit&aacute;ria envolvendo o povo Yanomami.

&quot;Temos essa informa&ccedil;&atilde;o que muitos garimpeiros est&atilde;o saindo. Mas &eacute; bom que saiam mesmo, porque assim a gente at&eacute; diminui a opera&ccedil;&atilde;o que precisa ser feita para retirar 20 mil garimpeiros, [o que] demora um tempinho&quot;, disse a ministra, em coletiva de imprensa. &quot;Importante dizer que, para que a gente consiga sair dessa situa&ccedil;&atilde;o de emerg&ecirc;ncia em sa&uacute;de, &eacute; preciso combater a raiz, que &eacute; o garimpo ilegal. N&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel que 30 mil yanomami sigam convivendo com 20 mil garimpeiros dentro do seu territ&oacute;rio&quot;, destacou.

&quot;O governo federal est&aacute; trabalhando em articula&ccedil;&atilde;o com o governo do estado, aqui de Roraima, para ter esse plano de retirada&quot;, acrescentou a ministra. V&iacute;deo repassado &agrave; reportagem da Ag&ecirc;ncia Brasil por J&uacute;nior Hekurari, presidente do Conselho Distrital de Sa&uacute;de Ind&iacute;gena Yanomami e Ye&#39;Kuana (Codisi-YY), mostra uma fila de garimpeiros se movimentando na mata, no que seria uma suposta retirada dos invasores da Terra Ind&iacute;gena. Segundo a ministra Sonia Guajajara, a movimenta&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m foi vista por ind&iacute;genas em sobrevoos na regi&atilde;o da &aacute;rea demarcada.

O governo de Roraima tamb&eacute;m informou ter tido acesso &quot;a fotos e v&iacute;deos de pessoas saindo espontaneamente&quot; de garimpo localizado na Terra Ind&iacute;gena Yanomami. &nbsp;&quot;S&atilde;o homens, mulheres e crian&ccedil;as que, tendo conhecimento das opera&ccedil;&otilde;es que dever&atilde;o ocorrer nos pr&oacute;ximos dias, resolveram se antecipar e evitar problemas com a justi&ccedil;a&quot;, informou a assessoria do Executivo estadual, em nota &agrave; imprensa.

Uma das preocupa&ccedil;&otilde;es do governo &eacute; que essa retirada n&atilde;o signifique invas&atilde;o posterior de outras &aacute;reas, como ocorreu h&aacute; 30 anos, segundo Lucia Alberta Andrade, diretora de Promo&ccedil;&atilde;o ao Desenvolvimento Sustent&aacute;vel da Funda&ccedil;&atilde;o Nacional dos Povos Ind&iacute;genas (Funai).

&quot;N&oacute;s, como governo federal, temos que tomar muito cuidado para que n&atilde;o ocorra, neste momento, o que aconteceu em 1992, quando aconteceu a desintrus&atilde;o da Terra Ind&iacute;gena Yanomami, em que garimpeiros sa&iacute;ram e grande parte deles foram para a Terra Ind&iacute;gena Raposa Serra do Sol, ou para outros garimpos ilegais que existem na Amaz&ocirc;nia. Ent&atilde;o, temos que ter estrat&eacute;gias, que n&atilde;o podemos compartilhar com todos voc&ecirc;s, para que isso n&atilde;o ocorra. Temos que ter vigil&acirc;ncia maior em todas as terras ind&iacute;genas&quot;, afirmou Lucia Andrade.

O governador de Roraima, Antonio Denarium, anunciou nesta sexta-feira (3) a instala&ccedil;&atilde;o de um abrigo estadual para o acolhimento dos ind&iacute;genas yanomami, que vivem uma crise sanit&aacute;ria no estado. O compromisso consta em um of&iacute;cio encaminhado por Denarium ao presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva. A medida tem previs&atilde;o de ser efetivada nos pr&oacute;ximos 30 dias e a gest&atilde;o da unidade ser&aacute; compartilhada com o Distrito Sanit&aacute;rio Especial Ind&iacute;gena Yanomami (DSEI-Y). As atividades no local devem ser desenvolvidas em parceria entre &oacute;rg&atilde;os do estado e a Uni&atilde;o.&nbsp;

&ldquo;Estive em reuni&atilde;o com os ministros e reafirmo o compromisso com Roraima e com o Brasil. Estamos disponibilizando a estrutura da administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica do Estado em apoio ao Governo Federal para unirmos for&ccedil;as e sanar a grave crise enfrentada pela popula&ccedil;&atilde;o Yanomami. Ser&aacute; um trabalho feito em conjunto e de forma coordenada&rdquo;, declarou o governador, ap&oacute;s se reunir com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e com o ministro das Rela&ccedil;&otilde;es Institucionais, Alexandre Padilha, em Bras&iacute;lia.

O abrigo ser&aacute; instalado em um local de propriedade do governo do estado, a cerca de 200 metros da Casa de Sa&uacute;de Ind&iacute;gena (Casai) <a href="https://portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">Yanomami</a>, onde tamb&eacute;m foi instalado um Hospital de Campanha da For&ccedil;a A&eacute;rea Brasileira (FAB). Segundo o of&iacute;cio de Denarium enviado a Lula, o espa&ccedil;o ser&aacute; adaptado para acolher os ind&iacute;genas em tratamento de sa&uacute;de, &quot;com ambiente seguindo os costumes da etnia&quot;. O edif&iacute;cio principal tem cerca de 500 metros quadrados e um bloco anexo, que funcionar&aacute; como administra&ccedil;&atilde;o, enfermaria e coleta de exames.

&quot;O abrigo estadual obedecer&aacute; aos h&aacute;bitos e costumes da etnia, sem que haja nenhum preju&iacute;zo &agrave; cultura secular dos Yanomami e funcionar&aacute; durante o per&iacute;odo de vig&ecirc;ncia do decreto de emerg&ecirc;ncia da sa&uacute;de Yanomami, com instala&ccedil;&otilde;es que est&atilde;o localizadas ao lado da Casai, melhorando assim a qualidade dos ind&iacute;genas acolhidos pela institui&ccedil;&atilde;o&quot;, diz um trecho do of&iacute;cio.

A gest&atilde;o p&uacute;blica do espa&ccedil;o ser&aacute; de responsabilidade da Secretaria Especial de Sa&uacute;de Ind&iacute;gena (Sesai), do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, com apoio da Secretaria da Sa&uacute;de do Estado e da Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes).

O tratamento dos pacientes ind&iacute;genas no Hospital da Crian&ccedil;a Santo Ant&ocirc;nio (HCSA), em Boa Vista (RR), tem aplicado tradi&ccedil;&otilde;es culturais dos povos, incluindo rituais de cura e alimenta&ccedil;&atilde;o t&iacute;pica, segundo o int&eacute;rprete de l&iacute;nguas <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">yanomami</a>, Richard Duque, que trabalha na unidade.

&quot;N&oacute;s aqui no hospital respeitamos muito essa pr&aacute;tica. Ela &eacute; acolhida, a gente prepara o ambiente para que eles possam fazer isso, dentro das condi&ccedil;&otilde;es do hospital&quot;, explica o agente de sa&uacute;de.

Entre as pr&aacute;ticas j&aacute; incorporadas ao tratamento m&eacute;dico convencional, est&aacute; o apoio espiritual. &quot;A gente pede que eles encaminhem o rezador de prefer&ecirc;ncia ou xapiri, como na l&iacute;ngua yanomami, aquele [xam&atilde;] que a pessoa confia, e a gente providencia um momento para que a pessoa possa fazer sua pr&aacute;tica de cura tradicional&quot;.&nbsp;

Tamb&eacute;m em respeito &agrave; cultura dos ind&iacute;genas, a alimenta&ccedil;&atilde;o no HCSA &eacute; diferenciada, conforme a prefer&ecirc;ncia de cada etnia. A equipe nutricional adapta o card&aacute;pio do paciente, incluindo alimentos como macaxeira, peixe com farinha e frutas regionais.

O hospital tem uma enfermaria espec&iacute;fica para receber tanto os ind&iacute;genas yanomami, como das demais etnias, inclusive com leitos-rede para crian&ccedil;as e acompanhantes.&nbsp;

Administrado pela prefeitura de Boa Vista, o hospital &eacute; o &uacute;nico que atende crian&ccedil;as a partir dos 29 dias de vida at&eacute; 12 anos, 11 meses e 29 dias de idade. A unidade atende pacientes de todo o estado e tamb&eacute;m recebe pacientes da Guiana e Venezuela.

De acordo com balan&ccedil;o mais recente, atualizado nesta quarta-feira (1&ordm;), h&aacute; 59 ind&iacute;genas internados no Hospital da Crian&ccedil;a. Desses, 49 s&atilde;o crian&ccedil;as yanomami e sete est&atilde;o na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em 2022, foram 703 interna&ccedil;&otilde;es de ind&iacute;genas yanomami no HCSA. As principais causas das interna&ccedil;&otilde;es s&atilde;o diarreia aguda, gastroenterocolite aguda, desnutri&ccedil;&atilde;o grave, pneumonia, acidente of&iacute;dico e mal&aacute;ria.

Nas &uacute;ltimas semanas, as fortes imagens de <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">ind&iacute;genas yanomami desnutridos e de grandes &aacute;reas de florestas devastadas pelo garimpo</a> suscitaram a pergunta: para onde vai o ouro retirado das terras ind&iacute;genas (TIs). O Instituto Escolhas, que sistematiza estudos sobre minera&ccedil;&atilde;o e uso da terra, aponta que, em 2021, 52,8<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/ouro" target="_blank"> toneladas de ouro comercializadas no Brasil tinham graves ind&iacute;cios de ilegalidade</a>, o que corresponde a mais da metade (54%) da produ&ccedil;&atilde;o nacional. Entre 2015 e 2020, o total de ouro com ind&iacute;cios de ilegalidade comercializado no Brasil foi de 229 toneladas. 
 
O instituto destaca, ainda, que quase dois ter&ccedil;os do ouro (61%) s&atilde;o extra&iacute;dos da Amaz&ocirc;nia. A suspeita &eacute; de que 32 toneladas do metal recolhido na regi&atilde;o, em 2021, eram irregulares. Em relat&oacute;rio, a entidade tamb&eacute;m cita quais os estados de onde saiu o ouro, no ano analisado. <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/florestas" target="_blank">Mato Grosso &eacute; o principal local de origem (16 toneladas), seguido pelo Par&aacute; (13,6 toneladas), Rond&ocirc;nia, Tocantins, Amap&aacute; e Amazonas</a>. 
 
Embora se possa identificar a origem do ouro, saber o destino das pepitas &eacute; um desafio, conforme ressalta a gerente de Portf&oacute;lio do Instituto Escolhas, Larissa Rodrigues, que coordenou o estudo. Por isso, o instituto apresentou, junto com o diagn&oacute;stico, uma proposta de rastreio do ouro. 
A medida envolveria diversos agentes p&uacute;blicos, como a Ag&ecirc;ncia Nacional de Minera&ccedil;&atilde;o (ANM), a Funda&ccedil;&atilde;o Nacional dos Povos Ind&iacute;genas (Funai), o Instituto Chico Mendes de Conserva&ccedil;&atilde;o da Biodiversidade (ICMBio), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Banco Central, que &eacute; quem fornece informa&ccedil;&otilde;es sobre as institui&ccedil;&otilde;es financeiras autorizadas a operar com ouro, atualiza e valida essas informa&ccedil;&otilde;es, al&eacute;m de fiscalizar as opera&ccedil;&otilde;es. 
 
A proposta privilegia a tecnologia blockchain, que &eacute; uma sequ&ecirc;ncia de registros digitais (blocks) conectados uns aos outros, formando uma corrente (chain). Tal recurso asseguraria que cada registro recebesse uma identifica&ccedil;&atilde;o &uacute;nica, que n&atilde;o pudesse ser alterada, o que garantiria a seguran&ccedil;a das informa&ccedil;&otilde;es e, portanto, o rastreio do ouro. 
 
Na avalia&ccedil;&atilde;o de Larissa, a proposta &eacute; inovadora para o setor de ouro, em particular, mas n&atilde;o &eacute; exatamente uma novidade, de modo geral, pois mercados de outros produtos j&aacute; adotam um modelo semelhante. Ademais, sublinha, a digitaliza&ccedil;&atilde;o j&aacute; &eacute; algo adotado pela ANM em seus processos. 
 
&quot;Um sistema como esse, digital, de coordena&ccedil;&atilde;o de &oacute;rg&atilde;os, j&aacute; existe para a madeira, para a carne, em certa medida. Ou seja, s&atilde;o coisas j&aacute; aplicadas em outras cadeias, n&atilde;o &eacute; algo que seria um esfor&ccedil;o que o governo jamais fez. O governo brasileiro j&aacute; fez esse tipo de sistema para outros produtos. E por qu&ecirc;? Muito pelo que a gente est&aacute; come&ccedil;ando a ver no ouro agora: por press&atilde;o de importadores, dos consumidores. Porque esses produtos, antigamente, tamb&eacute;m tinham muita ilegalidade e, a&iacute;, por press&atilde;o dos mercados, o governo come&ccedil;ou a controlar como n&atilde;o se controlava antes&quot;, diz. &ldquo;O que a gente tem para o ouro &eacute; mais ou menos o que a gente tinha na cadeira do couro, da cana, 20 anos atr&aacute;s&rdquo;, acrescenta. 
 
A gerente comenta que, no Brasil, dois dos instrumentos que ajudam a confundir a percep&ccedil;&atilde;o sobre o setor s&atilde;o o princ&iacute;pio da boa-f&eacute; nas negocia&ccedil;&otilde;es e aumento do rigor sobre o registro de transporte do ouro. Quanto &agrave; boa-f&eacute;, o que ocorre &eacute; a facilita&ccedil;&atilde;o da &ldquo;lavagem de ouro&rdquo;, porque &eacute; por meio dela que os garimpeiros ou qualquer agente envolvido possa vend&ecirc;-lo para as distribuidoras de T&iacute;tulos e Valores Mobili&aacute;rios (DTVMs), apenas preenchendo um formul&aacute;rio de papel, em que indicam a origem do metal. Isto &eacute;, n&atilde;o &eacute; feita nenhuma verifica&ccedil;&atilde;o das informa&ccedil;&otilde;es prestadas, o que permite que vendam o ouro ilegal como se fosse proveniente de &aacute;rea regular. H&aacute; tamb&eacute;m conflito de interesses, uma vez que os donos das DTVMs, seus familiares ou s&oacute;cios podem ter lavras garimpeiras e serem eles mesmos os vendedores do ouro. 
 
Larissa pontuou &agrave; Ag&ecirc;ncia Brasil que, durante o levantamento dos milhares de registros, conseguiu rastrear apenas um dos lotes at&eacute; o fim. O que geralmente ocorre &eacute; que se pode achar, no m&aacute;ximo, o estado ou o pa&iacute;s onde o ouro &eacute; entregue, de modo que somente com um esfor&ccedil;o, como o de jornalistas investigativos, &eacute; que se prossegue nas buscas, identificando-se, por exemplo, as joalherias, bancos ou tradings que compram o ouro ilegal. Nesse caso, a equipe do instituto descobriu que o ouro foi levado para a &Iacute;ndia. 
 
&nbsp;&quot;&Eacute; uma situa&ccedil;&atilde;o de crime perfeito&quot;, afirma Larissa sobre as brechas da minera&ccedil;&atilde;o de ouro. 
 
Poder p&uacute;blico 
Perguntada sobre a obten&ccedil;&atilde;o de apoio de parlamentares junto &agrave; causa, Larissa responde que o Brasil passa por uma &quot;janela de press&atilde;o&quot; em torno do tema. O que pode propiciar a aprova&ccedil;&atilde;o de leis ou mesmo de uma medida provis&oacute;ria para endurecer as regras. 
 
Ao lado de parlamentares, pode haver outras vias de aux&iacute;lio, na redu&ccedil;&atilde;o dos problemas. Os yanomami est&atilde;o presentes nos estados do Amazonas e Roraima e na Venezuela. Seu territ&oacute;rio &eacute; imenso, o que pressup&otilde;e complexidade em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s opera&ccedil;&otilde;es de seguran&ccedil;a p&uacute;blica e atendimento de sa&uacute;de. 
 
Da log&iacute;stica dos garimpos ilegais na TI Yanomami fazem parte, entre outros pontos, esquemas de desvio de combust&iacute;vel de avia&ccedil;&atilde;o e centenas de pistas de pouso clandestinas. Outro elemento imprescind&iacute;vel &eacute; a comunica&ccedil;&atilde;o, o que faz com que garimpeiros precisem arranjar r&aacute;dios e tamb&eacute;m ter acesso &agrave; internet. 
 
Ciente de tal organiza&ccedil;&atilde;o, no in&iacute;cio de junho de 2022, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Lu&iacute;s Roberto Barroso exigiu que a Uni&atilde;o apresentasse um plano detalhado de a&ccedil;&otilde;es de desmantelamento dos acampamentos dos garimpeiros presentes na TI. Barroso pediu explica&ccedil;&otilde;es &agrave; Pol&iacute;cia Federal e tamb&eacute;m &agrave; Ag&ecirc;ncia Nacional de Telecomunica&ccedil;&otilde;es (Anatel) sobre as empresas que fornecem internet aos garimpos ou como esse acesso est&aacute; ocorrendo. A Ag&ecirc;ncia Nacional de Petr&oacute;leo (ANP), por sua vez, foi chamada pela Corte para listar quais distribuidoras e revendedoras de combust&iacute;vel de avia&ccedil;&atilde;o que atendem a regi&atilde;o. 
 
O presidente da Urihi Associa&ccedil;&atilde;o <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/povos%20originarios" target="_blank">Yanomami</a>, J&uacute;nior Hekurari Yanomami, entende que um aliado fundamental na defesa dos direitos de seu povo tem sido o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF). Ele conta que garimpeiros circulam sem esbo&ccedil;ar nenhum temor, com armas como submetralhadoras. 
&quot;A gente vive nas nossas comunidades, nas nossas casas, com medo, porque os garimpeiros amea&ccedil;am as lideran&ccedil;as, dizendo que essa terra tem dono, que quem manda aqui &eacute; [Jair] Bolsonaro&quot;, relata. 
 
No &uacute;ltimo dia 21, o ministro da Justi&ccedil;a e Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, Fl&aacute;vio Dino, antecipou, em sua conta no Twitter, que oficiaria a Pol&iacute;cia Federal para apurar os &ldquo;fortes ind&iacute;cios de genoc&iacute;dio e de outros crimes&rdquo; relacionados &ldquo;aos sofrimentos criminosos impostos aos yanomami&rdquo;. Quatro dia depois, a corpora&ccedil;&atilde;o instaurou inqu&eacute;rito para apurar a poss&iacute;vel pr&aacute;tica de genoc&iacute;dio, omiss&atilde;o de socorro, crimes ambientais, al&eacute;m de outros atos il&iacute;citos contra o <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/povos%20originarios" target="_blank">povo yanomami</a>.

 
&nbsp;

O presidente <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/lula" target="_blank">Luiz In&aacute;cio Lula da Silva</a> (PT) afirmou nesta ter&ccedil;a-feira (31) que a situa&ccedil;&atilde;o de &ldquo;desgraceira&rdquo; vivida por ind&iacute;genas o levou a assinar um decreto que determina a retirada de garimpeiros da Terra Ind&iacute;gena <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/yanomami" target="_blank">Yanomami</a>.

Em seu discurso, Lula citou sua viagem a Boa Vista ao lado da ministra dos Povos Ind&iacute;genas, S&ocirc;nia Guajajara, no dia 21.

&ldquo;O fato de ela ser ministra e o fato de a gente ter visitado l&aacute; em Roraima, uma terra yanomami, de ver a desgraceira que est&aacute; acontecendo com aquele povo abandonado, fez com que ontem n&oacute;s assin&aacute;ssemos um decreto para definitivamente tirarmos os garimpeiros das terras ind&iacute;genas deste pa&iacute;s&rdquo;, disse.

A declara&ccedil;&atilde;o foi dada durante cerim&ocirc;nia no Pal&aacute;cio do Planalto para assinaturas de decretos que criam o Conselho de Participa&ccedil;&atilde;o Social e o Sistema de Participa&ccedil;&atilde;o Social Interministerial. Tamb&eacute;m participaram do evento a primeira-dama, Janja da Silva, e o ministro da Secretaria de Governo, M&aacute;rcio Mac&ecirc;do.

De acordo com a Folha, na segunda-feira (30), Lula j&aacute; havia prometido acabar com o garimpo em &aacute;reas ind&iacute;genas.

&ldquo;Vamos tomar todas as atitudes para tirar os garimpeiros ilegais e cuidar dos yanomamis. Resolvemos tomar decis&atilde;o, acabar com a brincadeira, n&atilde;o vai mais ter garimpo. N&atilde;o vai mais ter sobrevoo, barca&ccedil;as com combust&iacute;veis&rdquo;, disse o presidente a jornalistas.

Na ocasi&atilde;o, Lula tamb&eacute;m assinou um decreto com medidas como o fechamento do espa&ccedil;o a&eacute;reo para aeronaves n&atilde;o autorizadas pela Aeron&aacute;utica, para fechar o cerco contra o garimpo na &aacute;rea yanomami.

O texto amplia o poder de atua&ccedil;&atilde;o dos minist&eacute;rios da Defesa, da Sa&uacute;de, dos Povos Ind&iacute;genas e do Desenvolvimento Social e Assist&ecirc;ncia Social, Fam&iacute;lia e Combate &agrave; Fome.

Autoriza, ainda, a Aeron&aacute;utica a criar uma zona de identifica&ccedil;&atilde;o de defesa a&eacute;rea no local, controlando o espa&ccedil;o a&eacute;reo e atuando para &ldquo;neutralizar&rdquo; aeronaves e equipamentos relacionados ao garimpo ilegal.

&ldquo;O Minist&eacute;rio da Defesa atuar&aacute; no fornecimento de dados de intelig&ecirc;ncia e no transporte a&eacute;reo log&iacute;stico das equipes da Pol&iacute;cia Federal, do lbama e dos demais &oacute;rg&atilde;os e entidades da administra&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica federal que participar&atilde;o diretamente na neutraliza&ccedil;&atilde;o de aeronaves e de equipamentos relacionados com a minera&ccedil;&atilde;o ilegal no territ&oacute;rio yanomami&rdquo;, diz trecho do decreto.

O documento diz tamb&eacute;m que s&oacute; poder&aacute; acessar o territ&oacute;rio yanomami quem for autorizado conforme um ato conjunto dos minist&eacute;rios da Sa&uacute;de e dos Povos Ind&iacute;genas, &ldquo;com vistas &agrave; preven&ccedil;&atilde;o e &agrave; redu&ccedil;&atilde;o do risco de transmiss&atilde;o de doen&ccedil;as e de outros agravos&rdquo;. Al&eacute;m disso, o decreto libera as pastas para requisitarem bens, servidores e servi&ccedil;os necess&aacute;rios.

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PF faz balanço do primeiro mês de ações em Terra Indígena Yanomami

Espaço aéreo yanomami será fechado em 6 de abril

Pacientes yanomami com alta médica levam dias para voltar a aldeias

Crianças yanomami com desnutrição grave apresentam melhora

Ministério da Saúde antecipa vacinação contra covid-19 em terra yanomami

Em operação de retomada de território Yanomami, Ibama destrói aviões usados por garimpeiros

Garimpeiros pedem ajuda ao governo federal para deixar terra yanomami

Ministro anuncia início da fase policial em território Yanomami

Indígenas denunciam assassinato de três yanomami em Roraima

Garimpeiros começam a fugir da Terra Indígena Yanomami

Governador anuncia instalação de abrigo para povo yanomami em Roraima

Práticas culturais são usadas em tratamento de saúde dos yanomami

Maioria do ouro vendido no país em 2021 tinha indício de ilegalidade

Lula diz que 'desgraceira' fez com que ele assinasse decreto para retirar garimpeiros de território yanomami

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