Vacina contra a covid-19 à base de plantas, entra em fase final de testes no Brasil

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Saúde

17 de agosto de 2021 às 10h00

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Foto: Jason Drees/Universidade do Estado do Arizona

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Uma pesquisa da clínica americana Science Valley Research Institute em parceria com biofarmacêutica canadense Medicago e aa britânica GSK, afirmou nesta segunda-feira (17) que em breve, uma nova alternativa de vacina pode ser disponibilizada para os brasileiros, a primeira vacina do mundo contra o coronavírus desenvolvida à base de plantas.

“Este imunizante funciona como uma partícula pseudoviral, cuja molécula se assemelha ao vírus, mas não são infecciosas já que não contêm o material genético viral”, explica Eduardo Ramacciotti, chef da empresa de pesquisa clínica Science Valley Research Institute e um dos líderes à frente dos testes clínicos da vacina. A tecnologia imita a forma e as dimensões da variante Sars-CoV-2, permitindo que o organismo as reconheça e crie uma resposta imune de forma não infecciosa.

A vacina, é desenvolvida pelo biolaboratório da Medicago e a agência biofarmacêutica GSK. Na sua composição eles utilizam plantas Nicotiana benthamiana (espécie nativa da Austrália, prima dos tabacos e amplamente utilizada para a produção de vacinas, com resultados promissores no combate de doenças como o Ebola) para produzir moléculas que se parecem com o vírus e apresentam todas as proteínas externas do invasor. Segundo o especialista, a grande vantagem do imunizante é a possibilidade de produção em escala, pela facilidade de plantar a matéria-prima em todo o mundo e, assim, replicar a partícula do vírus.

Afim de comprovar a eficácia do imunizante a Medicago vai contar com testes com mais 30 mil voluntários sadios nos testes clínicos em todo o mundo, inclusive no Brasil. As pesquisas de fase 1 e 2 começaram globalmente em 2020 e foram aprovadas para a reta final de testes em março deste ano. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a realização de testes clínicos em abril no país, e as análises estão ocorrendo desde maio no Hospital do Rocio, na cidade de Campo Largo, no Paraná, liderado pela Science Valley.

A ideia da empresa é encerrar os estudos até setembro, quando concluir os testes em 700 voluntários do Paraná, todos adultos a partir de 18 anos, que não tiveram Covid-19 e não foram vacinados. A amostra já conta com mais de 540 pessoas. Além do Hospital do Rocio, outros seis centros de pesquisas brasileiros também estão realizando os estudos da vacina, com trabalhos em Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Valinhos (sob responsabilidade de outros institutos). A expectativa é que o Brasil conclua, no total, cerca de 3.500 testes em todo o país.

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